No último post, fiz um roteiro de lugares para conhecer e se apaixonar por Montevidéu. A Ciudad Vieja, o Parque del Prado e seu Orquidário, enfim… clica aqui pra conferir todos os lugares por onde passei a convite do Intercity Hotel de Montevideo.
Pois aqueles quatro dias (de quinta a domingo) foram também de muita comida e bebida. E não poderia ser diferente – o Uruguai é conhecido pela excelência de seus vinhos, carnes, doce de leite, queijos e massas. Precisa mais alguma coisa?
É claro que existem muitos, muitos outros lugares para serem descobertos (e se você tem alguma dica, deixa aqui nos comentários). No entanto, os restaurantes e vinícolas desse post são incríveis e merecem a visita.
MERCADO DEL PUERTO
O Mercado tem seu momento mais ativo durante o almoço (à noite, poucos restaurantes – aqueles com saída externa – abrem, mas a onda é diferente).
As parrillas com os assados são uma atração deliciosa.
Cada restaurante é um destaque. Esse, por exemplo, mantém flâmulas de vários times de futebol pelo mundo (sim, o Uruguai é super ligado em futebol, assim como seus irmãos Brasil e Argentina).
Foi aí que almoçamos – Cabaña Verónica. Um clássico!
Mais um Páez Vilaró. O artista que é uma das marcas da arte uruguaia tem também outros trabalhos espalhados pelo Mercado del Puerto.
Aí começamos. Ah, esse chorizo… ah, esse queijo parrillero… Prova! Sério, pede um vinho e prova!
Essa é minha dica. Chinchulín. Intestino delgado bovino feito na parrilla. Para quem vira o nariz, não compare com o que você já possa ter comido no Brasil. O chinchulín bom, de verdade, é fresco, sem congelamento prévio. E mais – temperado, na mesa, com limão, fica muito bom.
É um prato típico de entrada da parrilla no Uruguai, Argentina, Chile, e até na Bolívia e Colômbia. Com origem andina, tem uma pegada sustentável – todo o animal é utilizado na parrilla. Por isso sou tão fã dessas achuras
O prato principal? Tem muitas carnes incríveis, mas precisa provar o BIFE DE CHORIZO do Mercado.
Acompanhamos com um Tannat da casa. Mas, não deixe de provar o clássico Medio y Medio (metade vinho branco seco, metade espumante doce) da Roldós – que abriu no Mercado del Puerto em 1888 e fabricava a bebida de modo artesanal. Hoje ela é produzida pela bodega Bruzzone y Sciutto para o restaurante/loja. Minha opinião? Eu só degusto o Medio y Medio, porque é muito doce e não muito palatável para o meu paladar. Mas eu sempre vou preferir vinhos e espumantes mais secos. Portanto, PROVE e aí decida o que você acha! Combinado? (E vou adorar se você voltar aqui no post pra dizer que eu sou louca e o Medio y Medio é a melhor coisa que já provou!)
Sobremesa? Aposta no clássico. Flan (pudim) con dulce de leche!
Agora, uma história: a Verónica do restaurante existe mesmo, e fez questão de nos receber pessoalmente. O lugar foi inaugurado pela mãe e tem o nome da filha.
Taí o Marcelo, diretor do Intercity, batendo um papo com a Verónica, que foi figura disputadíssima entre a gente.
E ela ainda trouxe essas delícias de mimo pra gente: chocolates feitos pela filha!
Parte da turminha que invadiu o Mercado (éramos mais de 20!): Débora, Rosalia, Anne, Marcelo e eu!
RARA AVIS E O TEATRO SOLÍS
Ah, esse lugar encantado que é o Teatro Solís, também tem um restaurante de alta gama e com uma carta de vinhos ampla e muito bem construída.
O Rara Avis tem três salões. Nosso almoço foi no Rouge. Nas paredes, quadros retratando mulheres em destaque no Uruguai e no mundo.
Como éramos um grupo grande e o Intercity já havia organizado tudo, nosso menu estava fechado.
E que menu.
Fui de steak tartare e foi dos melhores que já comi. Bem apimentado, então é bom avisar caso não curta algo mais picante (eu, amo!).
O bife ancho (alto) estava ótimo. Mas o risotto de cogumelo porcini tava melhor. Tão melhor que esqueci de fotografar e detonei com ele. Sério, sinto muito, gente, mas confiem na minha memória, tá?
Ah, esse opera… que delícia. Cada camada exatamente na proporção certa. Delicada. Ah…
Tivemos todo o almoço harmonizado. A entrada foi com Mumm Rosé.
Mas o grande vinho foi esse: um Stagnari Viejo Tannat. Ainda sinto o sabor e a harmonia dos detalhes!
Conversei com o mâitre, olhando o cardápio, e para vocês terem mais ou menos uma ideia de preço, com entrada, prato principal, sobremesa e um bom vinho compartilhado entre duas pessoas, pode chegar até R$300. Minha dica? Se você não quiser gastar tanto, mas quer curtir o lugar, opte por pratos leves (eles são muito bem servidos) e um bom vinho.
E no cardápio, não deixe de colocar, também, uma visita ao Teatro Solís. Inaugurado em 1856, passou um tempo fechado e foi reaberto em 2004.
A estrutura do Solís lembra, e muito, o nosso Theatro São Pedro, aqui em Porto Alegre.
Foi uma emoção conhecer o teatro. Pisar no palco.
Até nas coxias nos levaram. E veja a riqueza de detalhes. Impressionante!
Nesse link você acessa o site do Teatro Solís e confere as datas e horários das visitas guiadas. Nas quartas as visitas são gratuitas.
PRIMUSEUM
Se prepare para viajar no tempo.
O lugar nem é assim tão antigo, mas quem se importa? Se prepare para viajar no tempo!
Na Perez Castellano, rua que vem lá no Mercado del Puerto e está virando o coração cool da Ciudad Vieja.
Memorabilias, antiguidades, tango – tudo que, junto, me faz apaixonar por Montevidéu.
Chegamos e já tinha essas picadas na mesa, nos esperando. Eu ficaria só nelas!
Mentira, precisava do pãozinho caseiro também.
Mentira de novo! Essas salsicha parrillera recheada com queijo, esse mini xixo com bacon, essa morcilla…
Esse matambrito a la pizza eu comi só de esganada. Assim como o prato principal (?!? oieee?!) que veio depois e que nem consegui fotografar porque estava chancha y feliz (tipo um bichinho depois de comer muito e bem).
Mas sério: minhas dica lá é ir de entradinhas (ou frias, ou a da parrilla) e escolher entre cerveja artesanal (essa foi a escolha da Patti Leivas, tava incrível)…
… ou vinho (o da casa pode ser uma opção mais em conta, mas eles também têm carta de bebidas para você escolher outro, se quiser).
Ah, e olha só: na entrada tem fascinators e chapéus antigos que estão disponíveis pra foto! A dica? Faz como eu. Fotografa na chegada. Que na saída, né, você pode só querer a sua cama… ou la fiesta!
Um pouco mais dos detalhes!
Vale passar um tempo só viajando na memorabilia.
Ah, e caminhe um pouco pela Perez (evite as ruas do lado, por que a Ciudad Vieja ainda está se reestruturando, e a dica ali é pra qualquer cidade que você não conheça – use as ruas movimentadas e onde exista comércio) para curtir fachadas como essas:
Na Calle Perez Castellano 1389, 11000 Montevideo, Uruguai. Aberto de quarta a domingo, das 20h30 à meia-noite. Essas informações podem mudar, então sempre confere também no site do Primuseum.
URUGUAY NATURAL PARRILLA GOURMET
Esse restaurante, que leva no nome o slogan do país foi outra descoberta que agrada demais aos amantes da boa carne uruguaia.
Esses legumes na parrilla foram os melhores do tipo que já provei.
Os donos garantem que o gado é criado a céu aberto, o que promoveria essa qualidade diferenciada da carne.
Realmente, esse bife de chorizo, ou ojo de bife, estava espetacular. Sem falar no ponto – que é perfeito para a carne de qualidade. Carne boa não se cozinha até perder o sabor (exceto, é claro, aqueles cortes que são para isso, como músculo, entranhas, costela ensopada… olha eu de novo escrevendo com fome!). Então, se você é daqueles que prefere ao ponto para mais, lembre que o ponto a pedir é bien cocido ou bien hecho (na dúvida sobre a procedência do espanhol do garçon, vá de bien cocido). Punto é quase já no mal passado. E pra quem, como eu, gosta de mal passado de verdade, use bien jugoso, ou poco hecho. O bien jugoso vai te trazer algo um pouco antes do vuelta y vuelta – que, como o nome diz, toca de um lado e do outro a parrilla e era isso!
Ah, os doces uruguaios. Essa base em leite sempre me fascina. E sorvete com calda de frutos del bosque (frutas vermelhas), ainda mais!
Uma olhadinha por dentro do restaurante. É de traços simples, mais modernos.
Na parede, os equivalentes de cortes bovinos em várias línguas (inclusive no espanhol do Uruguai e da Argentina, que se vocês já notaram aqui no post, eu sou campeã de misturar! E bem orgulhosa!).
A felicidade de quem até faz a blogueira. Mas é pra mostrar outra coisa que sempre falo: vai viajar? Não quer mala grande? Traz roupas leves, que não amassam, e que podem ser jogadas com outras peças. A gente quer ficar bonita (eu adoro me arrumar quando viajo, tenho mais cuidado do que quando estou na cidade), mas não quer passar trabalho, né!
Entradinha charme do Uruguay Natural.
Na Dr Héctor Miranda 2432, Montevideo. Abre ao meio-dia e à noite, de terça a domingo. Confere detalhes no site do Uruguay Natural Parrilla Gourmet
NEGRONI
Saímos do Uruguay Natural naquele sábado e fomos caminhando pro Negroni. Nesse bairro, Punta Carretas (que também é quase do lado do Intercity Hotel, fomos a pé para o restaurante também) estão localizados vários bares e restaurantes e vale o passeio.
O Negroni fica logo atrás do Shopping Punta Carretas, e do outro lado da rua de um restaurante que adoro, super conhecido dos brasileiros: o La Perdiz.
Amo bares de drinks. Amo, amo, amo.
E amo principalmente no Uruguay e na Argentina, onde uma mulher pode ir sozinha, sentar no balcão, degustar e não ser incomodada (ou, se for, será de maneira super de boa, sem insistência).
Ah, e minha dica? Sempre. Sempre. Gin Tonic. De verdade. Com a rodela de pepino como tem de ser.
Fica na Guipúzcoa 352, Montevideo. Outros detalhes, no site do bar Negroni.
AS VINÍCOLAS
Por último, mas nem um pouco menos importante por isso, aqui estão as duas vinícolas que visitamos: Bouza e Juanicó.
Duas experiências incríveis, diferenciadas, e há poucos quilômetros do centro de Montevideo!
BODEGA BOUZA
Uma das minhas vinícolas preferidas do Uruguay, a Bouza é sofisticada e muito atual no manejo e produção dos vinhos.
É uma vinícola boutique, com produção regulada para oferecer produtos de alta gama.
Logo, até os vinhos de entrada não seguem o padrão comercial de grandes vinícolas.
Sem falar que esse lugar é um convite para degustar um vinho, vai dizer?
Pra quem quer garantir bons rótulos na adega, vai as minhas preferências dessa bodega:
O branco ALBARIÑO (100% albarinho, super gostoso, estruturado mas com um saborzinho tipo pêssego e flores brancas, é um dos meus brancos preferidos) , TANNAT PARCELA ÚNICA (um SUPER tannat no seu melhor conceito. Tem chocolate, tem frutas e geléia, tem choro e emoção! Sério, é pra abrir em casa e viajar de volta pro Uruguai na hora) e o MONTE VIDE EU (esse é uma espécie de arte deliciosa da Bouza – mistura Tannat, Merlot e Tempranillo. É aquele vinho pra fechar um jantar ou pra acompanhar carnes mais pesadas como cordeiro. Mas eu tomaria até mesmo com uns queijinhos mais pesados ou embutidos – praquela noite que nunca acaba!).
Fizemos a degustação no salão principal, com essa vista.
Os vinhos da degustação – olha o Monte Vide Eu ali!
A degustação é harmonizada com queijos, fiambres, pães e pastas.
Ah, e olha só – a família Bouza mantém na área da vinícola uma garagem de autos clássicos para visitação.
São mais de 30 automóveis e motocicletas a partir da década de 1920 e que rodaram no Uruguai a partir de 1930.
Para visitar a Bodega Bouza, é preciso fazer uma reserva pelo site e aguardar a confirmação.
ESTABLECIMIENTO JUANICÓ BODEGA
A Juanicó é uma das maiores vinícolas do Uruguai. estamos falando de marcas como o popular Don Pascual, o ótimo Atlântico Sur, ou o ícone Prelúdio. Esse é o grande vinho da Juanicó, no segmento Familia Deicas – criada em 2010 para separar a produção dos vinhos de alta gama dos mais comerciais.
Entre os vinhos produzidos pela Deicas estão os ótimos espumantes Castelar e o Tannat de grande guarda Massimo Deicas.
Ainda sobre o Prelúdio – é um vinho que no Brasil pode chegar a R$300. Na loja da Juanicó, na bodega, sai por pouco mais de R$100.
Mas, deixa mostrar mais um pouco para vocês esse dia espetacular que passamos na Juanicó.
Estava tudo preparado para nos receber. Os aperitivos foram no jardim, e o almoço, na cave.
Essa cave é outro absurdo delicioso.
Veja bem: foi montada uma mesa nesse ambiente exclusivo.
Sim, pessoal do Intercity: trabalhar com vocês foi um presente. Gratidão pela parceria e por me mostrarem que o mundo é ainda mais vasto do que a gente espera / acredita… oba!
Nem sei o que escrever… vai olhando!
Na parte interna ainda tem outro salão, para refeições.
Depois desse almoço incrível…
… com o gerente da Juanicó e o chef fazendo as honras da casa….
(e que chef! Esse prato foi meu preferido – uma massa caseira, com três tipos diferentes de carne, perfeito!)…
Bom, após esse almoço, a sobremesa e ainda mais vinhos foram servidos de volta ao jardim.
E pra fechar esse post, e essa viagem, e essas lembranças, uma galeria divertida e cheia de boas vibes de um dos melhores momentos do Intercity Escapes!
Ah, importante: sobre os limites para entrada de vinhos. Segundo a RECEITA FEDERAL, brasileiros podem trazer até 12 litros de bebidas alcoólicas (equivalente a 16 garrafas de vinho). Tem outras dicas bem legais aqui no site da receita federal sobre o que pode ou não entrar com incidência de tributos. Ah, importante: vôos para o Uruguai são Mercosul. Logo, o máximo em bagagens é 23 quilos. Preste atenção no peso do que você está levando – eu tive que chorar muito pra não pagar excesso, que sairia quase o preço dos vinhos que comprei. Pavor, né!
O HOTEL INTERCITY
No último post (Sentir Montevidéu: um guia para viver e se apaixonar pela capital uruguaia) mostrei um pouco do Intercity Montevideo, um hotel gaúcho, que começou em Gravataí e hoje tem 33 hotéis em cinco regiões do país (só em Porto Alegre, são três), além de um em Montevidéu.
Hoje quero completar mostrando a recepção de boas vindas que rolou na nossa chegada. Foi no incrível rooftop do hotel, com uma vista espetacular da cidade:
As meninas e o cair do dia em Montevidéu.
Ah, eu não ia deixar de postar essa, né? Com a luz de fim de tarde, filtro pra que?
A noite chegou e o show de jazz, também.
A vinícola Pisano, que fica bem perto do centro de Montevideo, promoveu os vinhos da recepção.
Ah, e atenção pra esse licor de Tannat: perfeito para acompanhar as sobremesas leitosas uruguaias. E caiu muito bem com os franceses macarons, que foram servidos no final da noite!
Esse post é um conteúdo com parceria comercial com os Hotéis Intercity. A Rádio Gaúcha e o blog Roteiro da Sara foram convidados a participar de um viagem, com um grupo de cerca de 20 pessoas, organizada e patrocinada pelo Intercity Hotel Montevideo. Como em todas as parcerias do blog, aquela condição: o conteúdo seria definido pela blogueira, assim como a avaliação do que será ou não colocado no post.
E querem saber? A sorte, ah, a sorte que tenho de fazer o que faço… de encontrar cada vez mais parceiros alinhados com o que acredito e com os valores do blog e pessoais.
Se puder dizer algo pra vocês, dar algum conselho (opa!) é VIAJE! Busquem novos caminhos, novos ares, novos pontos de vista! Nada nos muda tanto quanto sair da zona de conforto!
Essa foi uma viagem pensada especialmente para conhecer Montevideo, dentro da ideia do Intercity Escapes – buscar, nas cidades onde a rede tem hotéis, uma nova maneira de conhecer a região. Se você estiver hospedado no hotel, peça dicas, converse com a equipe. Eles são super disponíveis!
INTERCITY HOTEL – MONTEVIDEO
Endereço: Esq. Echeverria, Ibiray 2398, 11300 Montevideo – Uruguai
Telefone: +598 2711 6500
Reservas: http://www.intercityhoteis.com.br/
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