* Matéria publicada também no Caderno Viagem de Zero Hora
Uma das cidades que mais agradam aos brasileiros na Argentina – depois de Buenos Aires –, Mendoza recebe visitantes o ano inteiro. No verão, tem calor intenso e vinhedos coloridos. No inverno, as montanhas nevadas são de tirar o fôlego. Vou contar um pouco nesse post sobre o que mais me encantou por lá: as vinícolas e a gastronomia. Com opções para todos os bolsos e gostos, Mendoza é perfeita para nós, gaúchos, acostumados à boa comida e ao vinho.
As uvas Malbec, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc são as que têm mais destaque atualmente na produção das grandes vinícolas mendocinas. Mas outras variedades, como a Bonarda e a Petit Verdot, vêm ganhando um espaço interessante (a Bonarda, por exemplo, sempre foi muito utilizada localmente, sozinha ou para dar mais coloração ao vinho, porém sem ser explorada para exportação).
A gastronomia não fica para trás. Desde restaurantes com menu elaborado até o sanduíche de lomo (filé) que se consegue encontrar em qualquer bodegón, a dica é não ter preconceito e exercitar o paladar.
Vai visitar Mendoza? Busque conhecer vinícolas em diferentes regiões – assim você terá diferentes tipos de uvas e vinhos. E se organize para almoçar. A maioria das casas tem restaurantes de alta qualidade e menus harmonizados com os próprios vinhos.
A viagem de Porto Alegre até Mendoza dura seis horas, com escala em Buenos Aires. Para quem quer visitar a capital do vinho na Argentina, a dica é guardar esse guia enogastronômico: são vinícolas incríveis e diferenciadas, para se deliciar com os diferentes sabores mendocinos. E não se surpreenda se der aquela tristeza na hora de retornar ao Brasil. Mendoza deixa saudade. E você vai querer voltar.
ESCORIHUELA GASCÓN
A bodega tem duas frentes: a vinícola em Agrelo, que produz os vinhos de alta gama, e a de Godoy Cruz, uma construção histórica onde está também o restaurante 1884, de Francis Mallmann.
A visita ao prédio urbano é uma experiência de volta no tempo.
Não deixe de conhecer o barril gigante e centenário que decora uma das salas da Escorihuela Gascón.
A bodega em Agrelo tem um campo de polo e eventos periódicos.
Valores: as visitas são de segunda a sexta. Visita guiada com uma taça cortesia, a AR$100 (e 20% de desconto nas compras). Visitas com degustações custam de
AR$200 a AR$300, dependendo da linha de vinhos.
Confira as fotos da Escorihuela Gascón
Prove: Biodinámico 100% Malbec Altamira (2015, sem passar por barril), DON e Pequeñas Producciones Cabernet Franc.
Onde: Belgrano 1.188, Godoy Cruz, Mendoza – Tel: +54 261 424-2282
turismo@escorihuela.com.ar / escorihuelagascon.com.ar
NIETO SENETINER
Conhecer a Nieto foi uma das partes mais emocionantes da viagem. Uma das primeiras marcas de vinho que descobri nas idas a Buenos Aires, foi também uma das visitas mais deliciosas e que me deu a oportunidade de almoçar e conversar com o mestre Roberto Gonzalez, o grande enólogo da Nieto Senetiner.
Reserve um dia inteiro para a Nieto – com direito a almoço, degustação de vinhos e (o mais bacana) a cavalgada pelos vinhedos!
Com direito a essa vista de tirar o fôlego lá em cima (se as montanhas estiverem nevadas, ainda mais bacana!):
E com direito a um brinde lá em cima da montanha:
Valores: almoço: AR$ 680 (visita, degustação e todos os vinhos servidos durante a refeição).
Visita e degustação: AR$100 (três vinhos da linha Don Nicanor).
Degustação de vinhos e chocolates: AR$150 Cavalgada pelos vinhedos: AR$650 (inclui a visita com degustação).
Confere o que é o almoço na Nieto:
Prove: todos os vinhos preparados com a uva Bonarda. Gonzalez é um mestre no preparo dessa uva tradicional de Mendoza.
Onde: Guardia Vieja 2.000, Luján de Cuyo – Mendoza – Tel:+54 261 496-9099
nietosenetiner.com.ar
CASA EL ENEMIGO
A casa do mestre Alejandro Vigil, enólogo principal da Catena Zapata e que, de tão criativo e genial, inventou sua própria linha de vinhos em parceria com Adrianna Catena.
Vigil recebe os visitantes na própria casa – que também é a vinícola.
Ele é o enólogo super star da Argentina no momento – e ainda assim, grandes são as chances de encontrá-lo de camiseta, calça jeans e abrindo um vinho para os amigos recém conhecidos. Ale Vigil é uma experiência – que você precisa viver!
Valores: a visita à vinícola não tem custo. As degustações custam de AR$195 a AR$850 (só os vinhos). O almoço é à parte, com custo de AR$470 para quatro passos.
Preciso mostrar pra vocês como é esse almoço com as harmonizações:
Prove: todos, todos, todos os vinhos que conseguir. Especialmente a Gran Enemigo. Escolha a degustação completa. São vinhos feitos por e para o próprio enólogo. Uma oportunidade única!
Onde: Videla Aranda, 7008, Chachingo, Cruz de Piedra, Maipú – Mendoza – Tel: +54 9 261 697 4213
reservas@casaelenemigo.com
FINCA AGOSTINO
Umas das visitas mais completas de Mendoza. Desde a produção no vinhedo até o interior da bodega, é possível acompanhar o passo a passo da cadeia vitivinícola. Tudo isso em um dos mais belos projetos de paisagismo que já vi por lá.
Para terminar o passeio, desfrute de um almoço especial no restaurante da Finca Agostino.
Valores: só a degustação custa AR$200. O almoço harmonizado com os vinhos tem dois preços – AR$600 e AR$800.
Prove: o Agostino Finca Syrah-Malbec e o Familia Gran Reserva.
Confira a galeria de fotos da visita à Finca Agostino:
Onde: Carril Barrancas, 10590 (5517), Barrancas, Maipú – Mendoza – Tel: +54 261 524-9358
info@ fincaagostino.com e fincaagostino.com/
PULENTA STATE
Além dos vinhos de alta qualidade, a vinícola Pulenta State é visita obrigatória para os apaixonados por carros de velocidade.
Os donos, representantes da Porsche na Argentina, decoraram a cave de degustação com motores originais de modelos de Fórmula-1: dois de Porsche e um Ferrari.
Impressionante.
A nova geração de enólogos também aparece por lá: a número dois da casa é uma mulher que tem apenas 28 anos e já se destaca na produção.
Valores: de AR$200 até U$100 (nesse último, a reserva é antecipada e são servidos seis dos principais vinhos da bodega). Também oferecem degustações de queijos e vinhos (AR$400) e chocolates e vinhos (AR$450).
Por dentro da Pulenta State:
Prove: Gran Corte VII, Gran Cabernet Franc XI e Red Blend.
Onde: Ruta Provincial 86 km 6,5 – Alto Agrelo, 5509 Luján de Cuyo, Mendoza – Tel/fax: + 54 9 261 155076426
reservas@pulentaestate.com ou pulentaestate.com
SEPTIMA
Pertence ao grupo espanhol Cordoniú e produz ótimos espumantes – tem também bons rótulos de tintos e brancos.
O edifício – que é ainda mais lindo no cair do dia, com o sol batendo em cheio por entre os vidros e mudando as cores da fachada – é obra do estúdio de arquitetura Bormida&Yanzon, especialista na construção de vinícolas.
Eles aproveitam no projeto os materiais locais, o que torna mais fácil o controle de temperatura interna (lembre que Mendoza tem invernos muito frios e verões muito quentes).
Valores: a visita custa AR$ 120 e inclui degustação de um espumante e três vinhos. O restaurante María, na vinícola, também oferece um menu de quatro passos, harmonizado, a AR$ 750.
Por dentro da Septima:
Prove: Septima Gran Reserva e espumante María Cordoniú – Rosat Pinot Noir.
Onde: Ruta Internacional No 7 Km. 6,5 – Agrelo Luján de Cuyo, Mendoza – Tel: +54 261 498 9550
bodegaseptima.com
CATENA ZAPATA
Talvez a mais procurada pelos brasileiros em função dos vinhos famosos por aqui: Angelica Zapata e DV Catena.
No topo do imponente prédio da vinícola, inspirado nos templos maias, é possível fazer fotos incríveis – especialmente se as montanhas estiverem cobertas de neve.
A visita é turística, você não tem acesso ao coração da vinícola (onde se produzem os vinhos), nem ao Instituto Catena, que estuda com muita propriedade as características de microclima e solo da região.
Mas, por sorte, minha guia era um amor e me deixou espiar um pouco do Instituto. Olha que bacana:
Valores: as visitas precisam ser marcadas com antecedência e custam de AR$ 250 a AR$ 1200 por pessoa (dependendo da duração e do tipo de vinho servido).
Prove: a linha Catena Alta, Angelica Zapata e DV Catena.
Onde: Cobos s/n, Agrelo, Luján de Cuyo, MENDOZA – Tel: +54 261 413-1100
catenawines.com
SALENTEIN
Com arquitetura imponente (mais um trabalho do estúdio Bormida&Yanzon), Salentein é uma das bodegas mais visitadas no Valle do Uco.
Vinhos de alta qualidade, vista privilegiada das montanhas e o restaurante Killka, que serve versões elaboradas de pratos da culinária argentina como empanadas, assado e o famoso flan (nosso pudim).
A bodega também oferece uma pousada de luxo no local.
Valores: as visitas com degustação custam de AR$200 a AR$950, dependendo dos vinhos que serão servidos.
O almoço harmonizado no restaurante Killka custa AR$650 (5 passos + vinhos).
Confira a degustação na Salentein
Prove: o ótimo custo-benefício Reserve Malbec e o Numina Cabernet Franc.
Onde: Ruta 89, s/n, km 14, Los Árboles, Tunuyán, Valle de Uco – Mendoza
bodegassalentein.com/
CLOS DE LOS SIETE – MONTEVIEJO
Parte do grupo Clos de Los Siete (projeto do enólogo francês Michel Rolland e amigos) e com vinhos assinados pelo pupilo de Rolland, o enólogo Marcelo Pelleriti, foi a primeira vinícola que visitei em uma manhã fria e chuvosa de domingo. O que não tirou a estonteante beleza da construção e da organização da degustação.
A Monteviejo também é palco de shows de rock – muitos músicos argentinos têm seus vinhos pessoais preparados pela vinícola. O lugar oferece várias opções que misturam enoturismo, gastronomia e música.
Dá uma olhada no que provei por lá:
Prove: Linha Linda Flor e o vinho top da vinícola, La Violeta Malbec.
Onde: S/n, Clodomiro Silva, Vista Flores, Valle de Uco – Mendoza
Tel: +54 9 261 532-8126 monteviejo.com.ar/
Confere as páginas do Caderno Viagem de Zero Hora de hoje:
No próximo post: os restaurantes imperdíveis em Mendoza!
Em abril e maio estive quinze dias na Argentina (Mendoza e Buenos Aires) com o apoio e assistência da Top Travelling Viagens e Turismo que fez todas as reservas aéreas, de hotéis e reserva de carro em Mendoza.
Porto Alegre/RS Rua Tobias da Silva 22 – Sala 402 Moinhos de Vento – (51) 2626.1414
Lajeado/RS Rua 17 de Dezembro, 438 – Sala 06 Hidráulica – (51) 3011.1646
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