Depois de tantos posts sobre vinhos, hoje finalmente falo do que muitos leitores vêm me pedindo: e a cerveja artesanal, Sara?
Vocês sabem que sou mais da uva e do vinho. Mas veja só – quando descobri que a Casa Valduga estava lançando uma linha de cervejas artesanais, a Leopoldina, não pensei duas vezes. Tinha de contar essa história.
Há algum tempo tinha o convite pra visitar a cervejaria. Mas como a cerveja está sendo feita em vários lugares, sem ter sua casa oficial, fui onde deve ser construída a microcervejaria: o Leopoldina Jardim. Aproveitei a época da vindima da uva e no mesmo final de semana transformei a uva em… ceva!
Nos próximos meses, além do restaurante e do espaço de vendas de produtos do Grupo Família Valduga também será instalado no local um pub que terá produção de cervejas à viSTa do público.
E as ideias da Luisa Valduga, minha cicerone e marketing da marca de cervejas, me seduziram. Quando tiver pronto, e se sair como ela tá pensando, conto pra vocês em quase primeira mão o lugar bacanérrimo que vai funcionar por lá.
Primeiro quero falar do Jardim – é uma antiga propriedade de 1930 que foi comprada pelo Grupo.
São caminhos em meio às árvores e vegetação antiga abertos à visitação.
Para entrar e curtir o tempo que quiser o Leopoldina Jardim só é preciso consumir na loja ou no restaurante um mínimo de R$15 – nos dias do final de semana.
Aí chegou a hora da gente curtir as cervejas. A Luisa e o Rodrigo Veronese – o cervejeiro oficial da Leopoldina – me apresentaram o lugar e já estavam com sede. Ok, eu também!
O convite era pra conhecer parte do cardápio com a harmonização das cervejas Leopoldina. A responsável pelas combinações foi a Luisa. Os pratos foram servidos em porções menores que as do cardápio.
Começamos já matando a sede: a Pilsen da Leopoldina é poderosa. Mais encorpada que as Pilsens comuns. Com amargor, porém refrescante.
Começamos com uma salada de folhas.
A harmonização foi com aquela que escolhi como minha preferida: a Witbier de limão siciliano e semente de coentro. É curioso – gosto mais de bebidas fortes. Mas essa Witibier é equilibrada, com aveia e trigo não maltada. Uma Ale por excelência. Comprei duas pra trazer pra casa. E olha que é raro eu beber cerveja em casa.
Próximo prato foi uma bruschetta. Ela é feita da maneira original: com pão dormido, ou não crocante.
Eu não sou muito de bruschettas, então já prefiro transformar em um sanduíche aberto com pão artesanal crocante. Tá, sou uma chata. A cobertura estava perfeita e o molho pesto deu vontade de usar em cima de todos os outros pratos. Agora, falando sério – acho bacana explicar como é o pão. Se seguindo a receita original, como esse, ou gourmetizando, como prefiro. Os dois tipo são bons, depende do gosto. O que não pode estar mais ou menos é a cobertura – essa estava ótima.
Na combinação, uma cerveja de trigo. Gosto muito da weiss e esse é um exemplo de uma boa cerveja do tipo. Mas ainda estava com a cabeça na Witibier. Porém, nem por isso deixei de reparar no perlage da cerveja. Olha as bolinhas! 😀
Aï, bom… aí veio meu prato preferido. Simplesmente capeletti ou agnolini (não vamos brigar, né, pelo nome) com molho funghi. Gente, que coisa bem boa.. mas BEM boa.
Parabéns, Luisa. A harmonização com a IPA ficou perfeita. E essa é a cerveja de entrada que o Rodrigo pensou para aqueles que vêm do vinho. Amarga, porém não adstringente.
Agora, gente, bom… vou ter que explicar esse momento. No início do almoço – que era pra ser rápido mas que teve quase três horas, de tão bom que estava o papo, o lugar, as cervejas e a comida – comentei que não era muito de doces. A Luisa ficou preocupada – a harmização da cerveja top deles tinha sido feita com doce.
Mas veja – que doce. Palha italiana. Luisa, até que não gosta de doces come palha italiana. E chora. Ainda mais assim, artesanal.
A rainha das cervejas Leopoldina é uma Old Strong Ale. Dez meses em barril de carvalho onde a Casa Valduga preparava, antes, seu vinho tipo do Porto.
Mais três meses de garrafa com levedura de espumante.
Sério, como lidar?
O sabor de vinho do Porto está lá. Ela é forte. Densa. 11% de graduação alcóolica. Arrisquei: “É uma cerveja de vinho do Porto, Rodrigo!”. É. Não existe isso, mas é. Sabe? Ela tem uma evolução de até 4 anos. Isso é algo raro em uma cerveja. E o preço também é diferente – enquanto as outras vão até R$24,90, essa custa R$129.
A mehor frase foi da Luisa, nossa harmonizadora: “Não vejo a hora de chegar o inverno para harmonizá-la com… um cobertor”.
É muito bacana ver a paixão de uma das principais famílias do vinho gaúcho pela cerveja.
E há espaço pra isso no Rio Grande do Sul e no Vale dos Vinhedos. Quanto mais ampla for a oferta e as opções, mais turistas tendo a melhor experiência e mais saídas para a economia.
Mas, deixa eu mostrar um pouco mais do lugar. Vou te levar dentro da loja:
Falando ainda sobre o Jardim: é possível pedir uma cesta de piquenique.
Por R$70 a cesta serve até 4 pessoas (não vi o conteúdo da cesta, então estou indo pela informação da casa). As bebidas são à parte.
Agora, não quer cerveja, não quer vinho, tampouco lanche? Por favor prova esse sorvete de moscatel.
Meu preferido foi o de banana. Porque adoro doces de banana (ai, que repetitiva, todo mundo que lê o blog já entendeu isso).
Esse suco com fibras comprei pra levar pra casa. O sabor é o mesmo – talvez um pouco mais doce. De qualquer maneira, sempre dissolvo em um pouco de água.
Enfim, esse é o Leopoldina Jardim do Grupo Valduga. Fica na Via Trento, mesma estrada que leva até a vinícola (é bem pertinho).
Ah, importante: fotografei o cardápio para vocês terem uma ideia dos preços.
* Valores de janeiro/2016.
LEOPOLDINA JARDIM
Endereço: Via Trento, 2915 – Linha Leopoldina- Vale dos Vinhedos – Bento Gonçalves – RS – Brasil
Telefone: (54) 3453.3633
Funcionamento: das 13h às 19h, de terça a domingo. Nos finais de semana o consumo mínimo é de R$15.
Pelo Vale dos Vinhedos? Então confere
De bicicleta pelo Vale dos Vinhedos
Pizzas entre vinhos e vinhedos
A gastronomia italiana primorosa do Mamma Gema
Cinco opções para curtir o fim de semana em vinícolas da serra gaúcha
COMENTÁRIOS
Ao enviar seu comentário você automaticamente concede AUTORIZAÇÃO para utilizar, reproduzir e publicar sua imagem e comentário, incluindo o conteúdo das suas declarações e opiniões, através de qualquer meio ou formato, em veículos de comunicação integrantes do GRUPO RBS.