Na última terça-feira falei lá na Casa Destemperados sobre meu lugar no mundo: Buenos Aires.
O pessoal curtiu e agora divido com vocês, leitores, alguns lugares que fazem parte da minha história na capital porteña. Não são lugares com comida super elaborada, mas fazem parte de uma história que faz de Baires o que ela é hoje no coração de muita gente!
Vamos lá viajar na gastronomia dos portenhos?
Pra sentar em San Telmo, escolha uma mesa na rua. Peça uma salada de tomate, alface e cebolas, e solicite que já venha temperada da cozinha com limão, azeite de oliva e sal. Um bife de chorizo e um bom vinho. Aí, bem… aí viva!
Ah, uma dica: costumavam aceitar dólares por uma cotação bem interessante ali. Quando vou a Buenos Aires troco uma parte dos dólares e a outra levo comigo, pra lugares como esse, que fazem uma boa troca.
Chile, 594 – San Telmo
Sabe a famosa Feira de San Telmo? Caminhando pela famosa Calle Defensa, em direção ao Microcentro, você encontra esse pan con chorizo que é preparado todos os domingos numa das esquinas. Esqueça a frescura e se delicie! Sem falar que em tempos de dólar tão alto é sempre legal uma opção mais em conta numa das refeições – aí sobra pra gastar um pouco mais no jantar!
Ainda por San Telmo, não perca o interior do Mercado de San Telmo. Inaugurado em 1897, tem uma fachada tipicamente italiana e é possível encontrar de tudo por lá: antiguidades, brinquedos, carne para o asado, livros e cartazes do século passado… você pensa e lá tem! Além disso, várias cantinas e restaurantes que praticamente pararam no tempo estão ali há anos. Quer fazer um lanche baratinho e super portenho? Pede uma empanada frita e um copinho (você não leu errado, é um copo mesmo, un vaso) de vinho branco gelado.
Defensa, 963 – San Telmo
O Las Cabras é dos meus restaurantes preferidos na área da Palermo Hollywood. Tudo é muito saboroso, mas especialmente essa tábua aí é dos deuses: bife de chorizo, papas fritas, ovo com gema mole, queijo, cebola e pimentão na parrilla, purê de abóbora e arroz. Isso tudo aí é pra uma pessoa – mas pode ser dividido facilmente, claro. O nome disso é Gran Bife Las Cabras – não esqueça. O valor é super acessível, você senta na rua, embaixo das árvores, pede um vinho (também servido em copinhos) e está tudo bem.
Fitz Roy 1795 – Palermo Hollywood
Quem já acompanhou minhas dicas do blog conhece a Mabel, garçonete símbolo do microcentro de Buenos Aires (Quatro lugares para viver Buenos Aires como os portenhos) que atende há mais de uma década no indefectível El Nacional, bem pertinho da Casa Rosada, que tem esse nome justamente porque fica em frente ao Colégio Nacional de Buenos Aires. O lugar serve refeições a partir do meio-dia e praticamente toda a tarde, em um movimento frenético de alunos e trabalhadores da região central. A comida é farta e bem servida, os preços acessíveis e se você escolher uma mesa junto do janelão (peça pela Mabel e diga que eu sugeri o lugar!) vai adorar almoçar devagarinho, vendo literalmente a vida passar lá fora…
Bolívar, 220 – Microcentro
Sabe o Rio de la Plata? Não é só em Puerto Madero que a gente pode curtir o rio/lago/estuário que banha Buenos Aires. Várias cidadezinhas – acessíveis rapidamente por trem a partir do Terminal Retiro – acompanham as margens do Rio da Prata e têm restaurantes oferecem vistas de tirar o fôlego – onde você não paga nada pra ficar por lá, o único custo é o que consumir. Está com poca plata? Pede una cerveja bien fría, que normalmente já vem com ingredientes (os tira-gostos que acompanham a maior parte dos drinks na Argentina). A Linea Mitre leva você por pouco mais de dois reais a qualquer ponto. Confira aqui as estações do trem.
A influência italiana na gastronomia porteña é super forte – por isso as pizzas são super saborosas e outra opção em conta pras suas refeições em Buenos Aires. Minha pizzaria preferia é a El Cuartito – e essa pizza com um ovo frito mole em cima é de outro mundo. O ambiente é decorado com camisetas de times de futebol, quadros e tevês ligadas em programas e partidas de futebol, é claro!
Talcahuano, 937 – Recoleta
É turístico? É! É gostoso? É também! Eu amo o Tortoni, mas não curto nem um pouco as longas filas que existem em alguns horários. A dica é ir antes das três da tarde durante a semana – pela experiência é possível entrar, sem filas e curtir um café ou té con leche. Os preços não são muito diferentes de um café normal. Isso porque o Tortoni segue atendendo o seu público tradicional além dos turistas. Ah, outra dica: em vez dos super espetáculos turísticos de tango (que são super caros, também), confira os horários das apresentações da academia de tango do Tortoni. Vale muito a pena!
Avenido de Mayo, 825 – Centro
Comida peruana ainda é uma das comidas mais badaladas no mundo. Em Buenos Aires é possível encontrar vários restaurantes típicos. Parte deles estão nos arredores do Shopping Abasto (bairro do mesmo nome) mas atenção: apesar dos lugares parecerem simples, os valores são altos e a região não deve ser frequentada à noite se você não conhecer o local. Um outro endereço para comida peruana boa e barata é o Contigo Peru – que como boa idiossincrasia portenha fica no Barrio Chino,
Tem muita coisa gostosa pelas ruas de Buenos Aires. Minha sobremesa preferida (postre) é essa aí da foto: duraznos en almibar con crema. Na tradução nada mais, nada menos que pêssegos em calda com creme de leite. Mas tem de tudo pela capital: chá com bolachinhas ou até mesmo o próprio mate servido em cafés. Sim, você pode pedir um mate para preparar no próprio café. Como não amar Buenos Aires, gente?
Trilha sonora para viver Buenos Aires
Caminhar por Buenos Aires é intenso para todos os sentidos. Entre eles a audição. Por isso, três músicos não podem faltar no meu shuffle. A sugestão da música é só uma ideia, porque praticamente todo o repertório tem a cara e o som da capital portenha pra mim!
O músico rosarino é uma paixão antiga. Já vi pelo menos dois shows de Fito Paez em Buenos Aires. Um deles no Luna Park, um dos grandes templos do rock, e outro no Gran Rex (foto abaixo), onde o músico também gravou o DVD Naturaleza Sangre.
Gustavo Cerati nos deixou ano passado e recebe ainda muitos fãs no Cemitério da Chacarita, onde está sepultado. Fui até lá ano passado e também rendi meus respeitos e me despedi, entre lágrimas, do grande Gus. Do Soda Stereo ao trabalho solo, a falta que Cerati faz na música é incrível!
Essa dupla esteve nos meus ouvidos nos primeiros passos em Buenos Aires – isso lá em 2008. Sui Generis é o que a gente chama aqui de o pai de todos. Não tem rock argentino que não tenha sofrido a influência desse dois. Ah, não sabe quem é? Não reconheceu?
Então deixa mostrar uma foto mais atual dos dois: CHARLY GARCIA e NITO MESTRE. Sério, corre agora pra ouvir essas músicas e preparar a sua próxima ou primeira viagem a Buenos Aires.
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