Filmes podem render ótimos roteiros de viagem. Especialmente se você estiver na Itália, cenário de várias grandes produções de Hollywood – entre elas The Godfather, ou Il Padrino, ou no nosso português, O Poderoso Chefão.

Don Vito Corleone (nterpretado por Marlon Brando) viria, no filme, de uma cidade com esse nome que realmente existe na Sicília: Corleone. São várias as várias versões existentes sobre o motivo da desistência do diretor Francis Ford Coppola em filmar na verdadeira Corleone, próxima a Palermo. Uma delas é que a cidade já seria muito moderna para situar o casamento do casal Michael Corleone (Al Pacino) e Apollonia Vitelli. Outra versão conta que Coppola até tentou, mas a máfia local não gostou da ideia de um filme sobre esse tema e promoveu um atentado contra a equipe de filmagem, colocando fogo em um dos carros. Escolheram então Savoca, próxima à Catania e à mágica praia de Taormina.

Seja qual for o motivo, a verdade é que para Savoca, a cidade medieval próxima ao vulcão Etna, foi uma mina de ouro. Centenas de turistas acorrem ao lugarejo todos os anos depois do sucesso da trilogia.

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Essa imagem quem é fã do filme deve recordar: é a igreja onde Michael e Apollonia se casam.

Nas paredes do Bar Vitelli (pertencente ao pai de Apollonia, no filme) as marcas de O Poderoso Chefão.

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O bar foi mantido praticamente igual desde as filmagens em 1971.

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Quando cheguei por lá ele estava justamente em obras para manutenção.

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Por dentro, o bar volta no tempo.

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As fotos lembram as cenas que se passam no bar e na igreja.

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Pra refrescar a memória, no filme o Bar Vitelli tem dupla função: é onde Michael conhece Apollonia e também onde eles festejam o casamento.

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Uma das diversões dos turistas é sentar exatamente nessa mesa e pedir uma birra (cerveja). A placa da foto, inclusive, continua lá.

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Apesar do apelo turístico, o movimento não é tão grande. Claro, estive lá numa segunda-feira, o dia internacional dos poucos turistas nos lugares. Consegui sentar e apreciar, com calma, a tranquilidade do lugar. É claro, com o mandolino siciliano tocando na memória. Confesso, me emocionei!

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A responsável por manter o Vitelli exatamente como na década de 1970 faleceu em 2009. Signora Maria era a dona do bar e inclusive acompanhou as filmagens. Uma atração à parte, contam, era conversar com ela e ouvir suas histórias.

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Apesar de usar a fama do filme, Savoca quer ser conhecida como cidade das artes.  Várias placas de cerâmica espalhadas pela cidade mostram essa identidade cultural. No mirante que fica em frente ao Bar Vitelli (que além de tudo tem essa vista também), uma homenagem artística à Coppola.

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Uma visão de tirar o fôlego.

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Aquela igreja, lá no fundo, é a que mostrei no começo, onde acontece o casamento do filme.

Não sei se Savoca é tão artística quanto se propõe. Mas definitivamente vale a visita e seu valor está muito além do filme.

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Como várias cidades medievais naquela região, pouco mudou com os anos. Novas casas foram construídas, outras melhoradas, lojinhas de souvernirs, é claro, existem por lá. Mas numa escala urbana mínima.

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Para chegar em Savoca a melhor opção é o carro. Mas fique atento: não é possível entrar no miolo histórico da cidade motorizado se você não for morador. A dica é estacionar ao lado do Bar Vitelli e conhecer a cidade a pé. Acredite, é possível. Em pouco tempo.

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Voltar no tempo, gente. É disso que se trata conhecer Savoca.

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Ao fundo, o Mar Jônico.

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Deixei o mapa (que mapa?!) pra lá e me perdi intencionalmente pelas ruazinhas.

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Se você tiver a oportunidade de ir à Sicília, não deixe de conhecer Savoca. Confira também, na região e com essas características de arquitetura e história medieval, Forza D’Agro Castiglione di Sicilia. Esse último merece uma postagem especial (logo!), porque está entre os lugares mais lindos e emocionante para onde já fui. Sabe quando um cenário que só existia na mente toma forma real? Fica ligado aqui no blog que vou mostrar mais pra frente!

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SAVOCA – Cidade da província de Messina, na Sicilia, desde 2008 faz parte do circuito “Povoados Mais Bonitos da Itália”. A melhor maneira de chegar é alugando um carro – você pode curtir todo o percurso, que é lindo, e as cidades vizinhas. Aluguei em Catania um Panda (marca da Fiat), super econômico por 25 euros o dia, com 150 quilômetros livres. Com quase cem quilômetros extras – na manha seguinte dei algumas voltas pela própria Catânia – não passou de 50 euros. Com o combustível, outros 20 euros. Savoca fica a 70 quilômetro de Catânia, cerca de uma hora de carro. 

Confira mais sobre a Sicília: Catânia

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