O Viaduto Otávio Rocha tem sido notícia nas últimas semanas pelas insegurança que enfrentam os moradores e lojistas da região, especialmente sob o vão, que passa junto à Borges de Medeiros. Os moradores de rua, que sempre estiveram presentes ali e eram inclusive (re) conhecidos pela população, agora convivem com traficantes e usuários de drogas – que, muitas vezes, tiram dali aqueles que, há anos, já estão na rua.
Complicado começar um post sobre um lugar tão legal trazendo um tema tão difícil, não é mesmo?
Mas é necessário, para mostrar como é bacana e importante que um lugar como o Justo surja, apostando no Centro Histórico e trazendo trabalho e produtos diferenciados para aquele espaço.
O medo da insegurança não assustou os sócios, que apostaram em um dos mais belos pontos do Centro Histórico, o Viaduto Otávio Rocha (inaugurado em 1932), como forma de ressocializar a região – lá estão, também, o Armazém Porto Alegre e o Tutti Giorni.
“Nenhum outro lugar da cidade seria tão legal para o Justo quanto aqui”, afirma Bilhalva.
Quem sobe ou desce as escadarias da Borges de Medeiros no final de tarde invariavelmente tem a atenção capturada pelas portas e janelas envidraçadas do Justo. É um contraste poético em meio ao caos. Por isso, digo: vão. Conheçam. Visitem. E provem…
Mistura de bar para happy hour com padaria e com espaço de convivência, o lugar foi uma ideia do publicitário e YouTuber Adelino Bilhalva (ganhador de um reality show de gastronomia em 2016), que queria montar um espaço sem cardápio fixo, que aproximasse a alta gastronomia de valores justos.
Adelino então se juntou a Ricardo Yudi, professor de gastronomia, e encontraram o local perfeito em plena escadaria. Foi amor à primeira vista e com mais quatro sócios – o padeiro Felipe Wurlitzer, o confeiteiro e cozinheiro Alex Correa, e os empresários Tom Mendonça e Marcello Lima – abriram o Justo.
Tenha paciência, tudo ainda está em fase soft opening. Eles estão ajustando o cardápio, identificando o que o público realmente busca e quer. É um trabalho orgânico, o que sempre foi a ideia de Adelino e dos seus parceiros.
No fim de tarde, mesinhas e cadeiras chegam, de mansinho, até a calçada. E, para garantir a harmonia e a paz do happy hour, o lugar tem segurança privada.
Os pães são todos preparados com fermentação natural e usando farinha nacional.
Doces e bolos saem durante toda a tarde, sempre fresquinhos.
A jogada é usar preparos de alta gastronomia, com insumos mais simples, porém de qualidade – para diminuir os custos.
O café é no modo refil – pelo valor de R$ 5, é possível encher a xícara quantas vezes quiser. Para quem escolhe o lugar para trabalhar ou estudar, é um súper atrativo.
Foto: Guilherme (que a gente nem combinou o encontro, mas amei encontrar), Adelino e eu. Ligadaça no café! #viciadinha
O espaço também pode ser usado como coworking ou estudos, mesmo. Wi-fi poderoso, salas e mezanino garantem a tranquilidade. E, é claro, os lanches delícia dos guris fecham todas!
São três sanduíches no cardápio fixo, cada um custando R$ 20: porco (porco pururuca e limão siciliano em conserva – sério, de comer ajoelhado essa delícia); almôndega (com molho vermelho e queijo colonial) e vegetariano (legumes defumados, queijo colonial e limão siciliano em conserva também).
Fui no de porco. Porque, gente, porco pururuca e limão siciliano em conserva – vocês não estão entendendo o que é isso.
Ó. Ó o pão levain com essa delícia.
Nah, para, olha bem:
A mão desses guris é algo. Petisquei os brownies também (fiquei tão louca que esqueci de fotografar, como pode, Sara Bodowsky?). Vão lá e peçam uma provinha. Diz que a Sara mandou (gente…)!
E essa graduação de pimentas, como lidar?
O cardápio tá na parede também.
E no modo “normal” (especialmente pra quem, como eu, se perde com uma parede… para, gente, para de rir, eu tenho minhas limitações, aff!).
Atenção para o preço exorbitante da água filtrada: grátis.
(Alô, Porto Alegre, mais um lugar aderindo, vamos todos, por favor?)
Pelo menos duas vezes por semana, oferecem pizzas a R$ 10. O menu e a carta de cervejas e vinhos é sazonal.
Justo
Endereço: Viaduto Otávio Rocha, Escadarias da Borges de Medeiros, 741.
Telefone: (51) 3574-1233
Funcionamento: De segunda a sábado, das 17h às 22h30. Funciona nesse sábado, 30/12, e reabre no dia 2/1, terça-feira.
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