É hora de contar sobre a viagem que comecei na última sexta, dia 10 de abril.
Durante quase um mês, o blog #RoteirodaSara se dividirá entre postagens locais e os lugares que estou visitando aqui na Europa. O motivo da viagem: aprender mais sobre comer e beber! Quer coisa melhor? E, é claro, levar os leitores comigo pelos lugares e emoções que vivo por aqui! Vai ter curso enogastronômico na Itália: meu destino é Catania, na Sicília (Itália). Durante uma semana participo um curso sobre os vinhos e as uvas da base do Etna (ele mesmo, o vulcão ativo que inclusive vou visitar), a convite da FISAR (Federação Italiana de Sommelier, Hotéis e Restaurantes). Depois, vou aprender a cozinhar na Toscana, fazer um mochilão gastronômico em Roma e muito mais!
Primeira parada: Lisboa, Portugal!
Saí de Porto Alegre com o abençoado voo Porto Alegre – Lisboa da TAP. É um alívio não precisar da escala em São Paulo ou Rio de Janeiro – o voo de cerca de onze horas já é cansativo, com as escalas aumentava até 4 horas.
Ainda poderia voar para Roma no mesmo dia, mas acabei indo só no domingo. Tinha meio dia para curtir Lisboa – e me deixar surpreender, em tão pouco tempo, pela cidade-mãe do Brasil. E não é que ela conseguiu?
Esse lugar aí da foto, chamado Portas do Sol, descobri inesperadamente.
Saí à toa pelo Rossio, no centro de Lisboa. Tomei o primeiro elétrico (bonde) que encontrei, o de número 12, que me levou ao monte do Castelo de São Jorge, cuja muralha avistava lá embaixo.
Os elétricos custam EUR 2,85 (calcule vezes R$3,60, aproximadamente). A companhia se chama Carris (o mesmo nome da Carris gaúcha, que tem ainda mais uma coincidência – ambas começaram a funcionar em 1872, com carros puxados por tração animal na época).
Subir as ruas estreitas do bairro de Alfama em um bonde elétrico é uma experiência que nos transporta para uma Lisboa antiga.
Como esse elétrico é usado pela população, não apenas por turistas, a experiência é ainda mais real. Se bem que no sábado os turistas são maioria, não tem como evitar.
Minha cara de feliz-porém-cansada-recém-saída-do-avião-e-desbravando-a-cidade!
E foi aí que descobri um dos lugares mais poéticos de Lisboa: As Portas do Sol.
Alfama é o bairro mais antigo de Lisboa. Daqui se avista o Rio Tejo e é impossível não pensar nas caravelas que saíram de Lisboa e acabaram “descobrindo” nosso Brasil. A história, quando a gente viaja, fica mais próxima.
Tão próxima que o primeiro lanche que comprei lá foi vendido por uma mineira, a Vitória (à esquerda).
Pedi um rissole de leitão picante com sangria de vinho tinto.
Não estava a melhor coisa do mundo, mas eu tinha fome e vista valia mais que o sabor (ou a falta dele).
Caminhei até o Castelo de São Jorge, uma imponente fortificação construída no século XI e que preserva onze de suas torres. A importância história e arquitetônica remonta a uma época ainda anterior: foram encontradas nessa área estruturas habitacionais desde o século VII a.C até o século XVIII que mostram como Lisboa formou sua estrutura de cidade.
Não entrei no Castelo, porque já era meio da tarde, mas me deixei perder pelas ruelas medievais.
Infelizmente, Alfama ainda não está totalmente recuperada de décadas de abandono. O contraste entre o vandalismo e o cuidado se vê em algumas partes.
Mas isso é detalhe. O que importa é a alegria das ruas.
A comunidade do bairro é pequena e se conhece. E sábado é dia de lavar roupas, pelo jeito.
Sem qualquer pudor, as janelas são tomadas por pijamas, roupas íntimas, lençóis e o que mais estivesse na vez de ir para a água. Os turistas passam e a comunidade continua seu trabalho. Me encantei tanto com esses festivos varais que fiz várias fotos: há verdade e coração nesse bairro. O passado não é tão diferente do presente, se olharmos com atenção.
Os famosos azulejos portugueses são um espetáculo à parte.
O tempo passou, ou não?
E para quem acha que os portugueses não têm senso de humor, taí a prova em contrário. Cuidado com o cão!
Parte da muralha que protegia não só o castelo, mas as moradias de elite e as edificações religiosas.
Para aqueles que cansam no caminho, a oferta: um shot (martelinho, no Brasil) de vinho do Porto por um euro.
A loja também vende opções de várias safras e tantos outros preços – uma garrafa de safra antiga pode passar dos EUR50.
Só os nomes das ruas em Lisboa já rendem histórias e poemas.
Algumas portas, dentro da muralha, são tão pequenas que uma pessoa com mais de 1,70m precisa entrar abaixada.
Para terminar, um restaurante que me ganhou pela lembrança da infância: quem viu o filme espanhol Marcelino Pão e Vinho ?
Ainda volto à Lisboa antes do fim das férias e conto para vocês sobre outros detalhes incríveis dessa cidade – que ganhou meu coração em metade de um dia. Tem pastel de nata e de Belém, as compras mais baratas da Europa (e às vezes mais do que no Brasil) e o bacalhau típico da cidade!
COMENTÁRIOS
Ao enviar seu comentário você automaticamente concede AUTORIZAÇÃO para utilizar, reproduzir e publicar sua imagem e comentário, incluindo o conteúdo das suas declarações e opiniões, através de qualquer meio ou formato, em veículos de comunicação integrantes do GRUPO RBS.