Animais de estimação são tudo de bom. E muitas vezes somos tão apegados aos bichinhos que levamos eles para todos os lugares. Apesar de serem nossos companheirinhos, as viagens para eles podem ser bem mais difíceis do que para nós, humanos.
O trecho entre Porto Alegre e Santa Catarina, por exemplo, que pode levar até oito horas com congestionamento, pode provocar desidratação e estresse num cãozinho ou gato.
Conversei com a médica veterinária com pós graduação em Clínica de Pequenos Animais, a Simone Porto, que deu algumas dicas importantes para garantir as férias também do seu bichinho.
Cães:
– Eles sofrem muito com o calor. É importante que o carro tenha o ar condicionado funcionando. Não muito frio, mas o suficiente para deixar o local confortável.
– Paradas são necessárias. Os bichinhos precisam sair, tomar água, fazer necessidades. Se você parar para uma refeição, não deixe o cachorro fechado dentro do carro em um estacionamento ou preso em um local com sol.
– A hidratação é muito necessária. Você corre o risco de chegar ao destino com seu bichinho desidratado e com diarreia.
– É obrigatório que os animais sejam contidos em caixa de transporte ou com cinto de segurança animal. Muito cuidado para que não fiquem agitados. Faça uma avaliação prévia com um veterinário para saber se é necessário algum tipo de sedação. Nunca dê remédios sem prescrição para o seu bichinho. Algumas dosagens de tranquilizantes podem ser fatais, especialmente se o animal tiver idade mais avançada.
– Saiba se o local para onde você vai, especialmente na praia, tem cerca ou tela. Animais que vivem na cidade, em apartamentos, podem se perder ou até ser atropelados porque não estão acostumados a espaços abertos. Fique atento à segurança do seu bichinho.
– Deixe o animal em jejum antes da viagem porque eles costumam enjoar muito. Se for um percurso muito longo, alimente o bichinho com pequenas quantidades, durante o trajeto.
Gatos:
– Se a viagem for curta, deixe seu felino em casa. O estresse de um final de semana na praia não é válido para um gato. Melhor deixar ele em casa, no próprio ambiente, com água, alimento e alguém que vá cuidar dele.
– Gatos podem levar até uma semana para se adaptar em um novo ambiente. Normalmente eles chegam na casa de praia e ficam três dias embaixo de uma cama, dentro de um quarto, para depois começarem a explorar o lugar.
– Se for deixar o bichano em um hotel, faça um teste se você for ficar fora um tempo maior. Para ver se o bichinho de adpata. Gato é um pouco mais estressado, não gosta de comer ou urinar fora de casa, estranha o cheiro dos lugares.
Os colegas da Rádio Gaúcha, como bom jornalistas, também adoram viajar! E como será que fazem com os seus bichinhos de estimação? O #RoteirodaSara foi perguntar. E aproveitou pra pedir umas fotinhos, né, porque a gente AMA pets!
A gente começa com a Loli da Karoline Ávila, da Gaúcha Zona Sul.
“Sempre deixo ela com a minha mãe. A Loli não se adapta bem em outras casas, outros lugares, tem um medo danado de gente. É chucra! Mas está nos planos. Apesar ter certeza que ela não curte muito o mundo lá fora, queremos levar a Loli pelo menos uma vez em Santa Rosa, onde mora a família do meu namorado. Estamos planejando viajar em maio. Como vamos de ônibus, já estudo a “burocracia”: pegar atestado no veterinário, comprar passagem extra (agora parece que é necessário que a caixinha fique ao lado do dono)…. Vamos ver como será a experiência. Outro detalhe: quando chegamos de viagem, ela dá um gelo danado no casal. É muito engraçado. Só no segundo dia ela vem na volta…”
E esse é o Fritz, o persa do Zé Alberto Andrade. O #RoteirodaSara já quer promover uma viagem Porto Alegre-Rio Grande pro Fritz conhecer a Loli, vocês não acham?
“Quando viajamos deixamos em casa e de dois em dois dias vai uma pessoa para limpar o local e dar comida e água pro Fritz. Em viagens para a praia ou São Chico levamos ele. Foi assim no último Ano Novo. Ele fica enlouquecido com o barulho dos foguetes. Já deixamos ele em um hotel, mas confinado numa gaiola ele ficava muito estressado. A própria dona da hospedaria – sobrinha da minha esposa – achou melhor deixar ele de dono da casa. Como nossas viagens nunca duram mais de 10 dias, nunca houve problema maior.”
Zé Maria, cachorrinha da Priscila Araújo. Ela foi abandonada ainda filhote na frente da casa da Pri e adotada pela família. Como vocês podem ver, virou dona da casa.
“Não levo ela junto por conta do tamanho. Se a casa ficar sozinha consigo alguém pelo menos ver ela, dar comida e água. Geralmente é uma vizinha que faz isso.”
Lola, 4 anos, Shih Tzu do Renan Jardim. Vontade de dar uma mordida nessa carinha fofa!
“Se viajo de carro para casa de parentes ela vai junto com um cinto canino, preso na guia dela e no carro. Nunca entrou em caixa especial para transporte. Não gosta e se ela for junto, é para aproveitar a viagem e ser algo divertido pra ela também. Se vamos para hotel onde não aceitam animais, ela fica na casa do ‘avô’, onde tem pátio e muros bem altos. Pode correr e acaba tirando as ‘férias’ dela. Nada contra, mas não cogitamos hotéis para pets. O conceito de hotel para os humanos é diferente para animais. Eles se sentem seguros com quem conhecem. Em um ambiente estranho, o sofrimento com a saudade é maior.”
A Marina Pagno tem o Zeus, um gato persa de dez anos que mora com os pais da repórter em Antônio Prado. Pra mim ele ganhou a foto mais engraçada desse post. Olha a pose! Um lorde mesmo.
“O Zeus nunca viajou na vida dele, toda vez que pegamos a caixinha de viagem ele pira e acha que vai pro veterinário! Ele é um lorde, todo ‘cheio de frescuras’.”
Aqui em Porto Alegre a Marina tem o Dean. Que fez essa pose especialmente pro #RoteirodaSara!
Levei o Dean para Antônio Prado nesse Ano Novo. Coloquei em uma caixinha pra pets e fui de carro. Ele foi bem de boa, mas ficou acordado o trajeto inteiro. Levei só essa vez até agora porque ele e o Zeus não se dão muito bem – o Dean avança no peludão. Dai evito colocar eles juntos.”
O Luciano Périco tem a Mel… toda tímida, escondida embaixo da cadeira, fofinha!
… e a Head. As duas ficam em hotel para pets quando o jornalista viaja.
O Lucas Amorim, da Gaúcha Santa Maria, tem uma verdadeira família felina. Da esquerda pra direita estão Félix, Preta, Mãezinha, Siamês e Florzinha. Cinco dos onze gatinhos que ele tem em casa!
“Quando eram poucos animais lá em casa, a gente viajava para passar férias fora da cidade e os pets iam junto. Levávamos de ‘mala e cuia’ para que eles não estranhassem a mudança de ambiente. Porém, como a população felina aumenta cada vez mais, começamos a evitar a viagem para longe e em grandes períodos. Agora, eles não viajam mais conosco. Quando saímos, optamos por locais mais próximos e em pequenos períodos de ausência. Os gatos são independentes e se viram bem sem os humanos. A nossa preocupação mesmo é com a alimentação. O cuidado é com os potes, que precisam sempre estar lotados, porque são 11 gatos famintos e a ração acaba rápido.”
O apresentador Márcio Paz tem a Lua, essa lindona pensativa da foto. O que é esse olhar? Apaixonei!
“A Lua é uma Maria gasolina, adora estar no carro. Quando ela se agita a Ale [esposa do Márcio] vai pro banco de trás ficar com ela. Aí a Lua fica num dengo total.”
Esse é o
Fernandão, o gato do
Tiago Boff. Que apesar do nome em homenagem ao eterno ídolo colorado, parece estar nem aí pro futebol.
“Descobri em dezembro que Fernandão tem um problema no coração, a cardiomiopatia hipertrófica. Antes da doença se manifestar deixava ele em casa, sozinho, pedindo para meus vizinhos fazerem uma visita rápida três ou quatro vezes na semana. Apenas para limpar a caixinha e repôr o pote de ração. Agora ele precisa de assistência, toma seis medicações por dia, em horários intercalados. Não posso mais deixá-lo sozinho. Quando não tenho outra opção, a alternativa é uma clínica 24h que cobra R$ 80 por dia para hospedagem em um gatil, com veterinário, cardiologista, neurologista, enfermeiras e outros especialistas disponíveis. Dão medicação, alimentação e fazem carinho nele.”
A carinha mais fofa do mundo do Fred, o buldogue francês do Bruno Halpern, da Gaúcha Zona Sul.
“Sempre deixamos o Fred com meu avô, que mora na praia do Laranjal e a casa tem uma pátio grande. Tenho mais dois além do Fred. Em último caso, não vejo problema em deixar os cachorros em hotéis especializados, mas sempre tento antes amigos que gostem e se disponibilizem a ficar com eles.”
A Princesa é a Yorkshire da Priscilla Panizzon, da Gaúcha Serra:
“A Princesa é uma yorkshire muito esperta! Como temos um apartamento na praia, ela vai junto nas férias e adora passear por Capão de Canoa. Já quando viajamos para outros lugares, ela fica em um pethotel. Fica muito triste, coitadinha. Mas sempre deixamos poucos dias, o mínimo possível.”
Essa é a Mel, a cocker da Milena Haas.
“Sempre quando viajamos com ela no carro usamos esse cinto de segurança para cachorros. Normalmente vamos para Capão da Canoa, no litoral norte. De Santa Cruz do Sul, onde a Mel mora na casa do meus pais, até a praia são 4 horas. Nas primeiras vezes foi difícil, porque com o cinto ela tem que ficar sentada ou deitada. Como ela é bem agitada, gosta de estar olhando na janela ou no colo de alguém, ficava impaciente e estressada. Mas agora é super tranquilo para ela. Como as crianças, ela se acostumou: dorme a viagem toda praticamente, nem pede pra fazer xixi. É só uma questão de ensinar.“
O Mateus Ferraz tem o Malte e a Tulipa. Acho que é uma família cervejeira, desconfio…
“A gente tem três maneiras. Com eles, em caixas que acoplamos no banco de trás do carro. É maneira mais correta de andar com eles. Mas já andei de catamarã com o Malte em uma bolsa de cachorro especial. Foi bem quietinho, conheceu Guaíba e voltou. E quando eu e minha esposa viajamos sem eles, deixamos em casa e uma amiga vem diariamente cuidar deles.”
O Puff pronto pra embarcar de Brasília para Porto Alegre, quando a Kelly Matos voltou a trabalhar aqui
“Me acostumei a viajar com pets no avião porque morei três anos em Brasília. Como sou grudada com meus cachorrinhos, eu costumava viajar com eles quando vinha para Porto Alegre (um por vez, claro). Para viajar de avião com bichinho de estimação você precisa cumprir uma série de regras (carteirinha de vacinação, autorização do veterinário, caixinha adequada, etc). Na ausência de qualquer um desses itens, ele não entra no avião. O preço normalmente é calculado conforme o peso. Como os meus cachorros são pequenos (em torno de 2kg), pagava cerca de R$ 100. Mas, claro, varia em cada companhia área. Uma coisa que é importante é você verificar se o pet pode ir em cima (com você na aeronave) ou se terá que ir embaixo. Pelo que eu lembro, a TAM e a Avianca permitiam que ele viajasse comigo (mas, claro, tem limite de peso). Os meus nunca precisaram tomar medicação pra viajar. E também é importante ver em que tipo de caixinha você deverá leva-lo. Eu tenho duas para os meus. Uma que se parece com uma mochila (ou uma bolsa). E a outra que é mais quadrada, que você encontra com facilidade nas petshops. O Puff – esse da foto – se adaptou bem às duas. E, por fim, tem que ver se o seu animalzinho se sente bem. Os meus se acostumaram e toda vez que vínhamos para Porto Alegre era muito bom. Ah, por último (mesmo!): tem que ligar para a companhia e pegar todas as informações, inclusive fazer uma reserva prévia pra não correr qualquer risco.”
Essa é a Coty, do Pedro Trindade.
“Primeiro a gente tentou deixá-la em pet hotel, mas a saudade e a preocupação fizeram com que a experiência não fosse repetida outras vezes. Aí minha mãe comprou uma daquelas bolsas de transporte. No começo a Coty ficava desconfiada. Hoje, quando a gente pega a bolsa, ela abana o rabinho e já vai correndo pra dentro por conta própria.”
E tem também os pets da Camila Faraco. A Lua, uma Schnauzer bigoduda que já tem 12 anos e é super tranquila.
E o Chefe, um Scottish Terrier aventureiro que se acha um Pastor Alemão.
“Não levo nenhum dos dois em viagens. Deixo em casa com um caseiro. Apesar de serem tranquilos, prefiro não estressar a minha viagem nem a rotina deles. Além disso, nenhum tem passaporte internacional.”
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