No último final de semana estive em Livramento e Rivera para o lançamento do Festival Binacional de Enogastronomia (confere aqui a programação que acontece até o final do mês de agosto) e aproveitei para conferir várias dicas gastronômicas e de passeios na Fronteira da Paz. Um dos meus lugares mais queridos e onde tenho muitas memórias gastronômicas e afetivas (afinal, é só cruzar a fronteira, que é uma rua) é essa fronteira. Hoje a gente confere a tradicional loja de queijos Carroussel, a especialista no produto há dez anos.
Quem nos recebeu foi o señor Toni, um super entendido em queijos.
Disse nos? Sim, porque a viagem foi em uma parceria muito querida – a Ju Palma, repórter especial dos Destemperados. Ainda vamos contar, juntas, muita coisa dessa viagem (inclusive, no vídeo, as imagens em que apareço são feitas por ela!).
Então, confere o vídeo que fiz na câmara de queijos da Le Carroussel e também as dicas para conservar o queijo na sua geladeira sem perder as características e a maciez. Confere!
Foi há 30 anos que o uruguaio Marcos Elias Aguinsky resolveu começar a vender queijos na cidade de Rivera. Dono de uma galeria no mesmo local onde é a loja, assumiu o negócio de um inquilino que após 5 anos deixou a loja montada e toda a infraestrutura.
E foi o seu Marcos que começou a viajar a Nueva Helvecia e Colonia, próximos de Montevidéu, para comprar a produção dos pequenos produtores daquele local. Imigrantes europeus de diversos países (como a Dinamarca), tinham o expertise da manufatura do queijo. Dez anos depois, estes produtores já tinham se preparado melhor e formado uma cooperativa de queijos. Marcos adiantava o capital pra que eles pudessem comprar a matéria-prima.
Em 1995, Marcos vendeu a loja para a filha, Fabiana, e o genro, Renzo. A partir daí construíram as câmaras para terminar a maturação do queijo na própria loja.
A partir daí a produção do queijo parmesão, por exemplo, foi feito só para a Le Carroussel. Hoje, se conseguissem elaborar o dobro, o produto ainda assim seria absorvido pela loja.
O queijo vem curado pela metade. Por isso o lugar tem uma câmara especial – ficam meses ou até um ano ali. O queijo vem com o fermento fresco, e a câmara comporta a produção semanal desses produtores. Dessa maneira, eles têm mais espaço e podem produzir mais.
Nos meses de pouca venda, ainda assim o volume é expressivo: de novembro a março são de 3 a 6 toneladas por mês. Nos outros meses a média é de 12 toneladas.
Os queijos referidos dos brasileiros são, na ordem, o parmesão, depois gruyère, ementhal, tipo grana padano, tipo reggiano e envelhecido no vinho.
Já os uruguaios preferem o danbo, o muzzarella e muito queijo sem sal. Existe uma campanha gigante contra o sal no Uruguai, por isso eles evitam o consumo.
O trato do queijo na câmara é especial. Como o señor Toni explica, o queijo é um ser vivo (o fermento ainda está trabalhando) e precisa ser tratado com cuidado.
O queijo mais barato custa U$10 o quilo. O mais caro é U$40 (o envelhecido no vinho tannat).
Endereço: Agraciada 374. Rivera – Uruguay
Telefone: 4 622 31 48 (desde Brasil: 00XX598)
Horário de atendimento: Segunda a sábado 8h a 20h. Domingos de 8h a 13h.
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