Há tempos queria conhecer o Restaurante Dodô, no Morro da Borússia. Muitos sugeriam: vai no inverno, a comida apetece mais. Insisti e tive sorte. Porta adentro o calor desaparece e o ar condicionado toma conta do ambiente. E que ambiente! Confesso: me emocionei quando vi um verdadeiro banquete. De comida caseira! Sério, eu sou apaixonada por comida caseira. Ok, leitores, vocês já me conhecem. Eu admito. Sou apaixonada por qualquer comida – contanto que seja saborosa.
A emoção bateu quando vi esse buffet. São dois, iguais, em dois salões do restaurante. Mas botei na cabeça que eram diferentes e passei indo de um pro outro pra conferir os pratos. Errei, são realmente a mesma coisa. Mas sugiro servir uma hora um, uma hora outro. Pra tirar a deliciosa teima.
Meu lado alemão é maluco por conservas e picles.
Tem de tudo, menos maionese de batatas (por questão de segurança alimentar, me explicou com muita gentileza uma das moças que montava o buffet). Apesar de louca pelo prato, não fez a menor falta com tantas opções!
Aí vem o buffet principal.
Achei que uma foto só era pouco. E tirei mais uma. (Vocês viram a costela ensopada?)
E outra. Estava hipnotizada! (Não vou nem falar da costelinha de porco…)
É fogo mesmo. Lenha. Mas o ar condicionado dava conta – o que era ótimo! Os pratos mais procurados são a galinha com polenta e o aipim com carne de porco. Ah, sim. Esse também está na lista dos mais pedidos:
Deixa eu explicar melhor. Essa linguiça da Borrússia (a marca tem um “erre” a mais que o Morro) com queijo derretido em panela de ferro é trazida na mesa. Quentinha. O frigorífico é em frente ao restaurante – e os irmãos do Dodô são proprietários.
Precisa mostrar melhor? Então olha o queijo derretendo:
Ia esquecendo: também tem queijo colonial e bacon frito no buffet!
(Ei, ei! Nunca disse que o lugar era pra manter a forma, disse?)
Cansou de comer? Espera que ainda tem a sobremesa!
Opa! Põe um plural aí.
O outro lado:
Tenho uma teoria sobre doces (tenho várias teorias sobre comida). Quem faz bem o básico, faz bem qualquer um. E esse pudim ganhou dez com estrelinhas!
O Dodô atual é filho do Dodô original – ambos Domingos – e observava a mãe servir galinha com polenta e pão com linguiça nos anos 70 aos viajantes e vizinhos do então lugarejo. No mesmo lugar onde hoje é o restaurante, um então barracão de madeira servia de venda de lanches e miudezas.
Vendo a alegria dos fregueses degustando a comida caseira da mãe, Dodô foi desenvolvendo o gosto por bem alimentar os outros. Como ele estudava durante o dia, não trabalhava na lavoura como os irmãos. Sua tarefa era, quando chegava do colégio, tomar conta da “venda”.
No final de 2008 o restaurante tomou o formato que tem hoje, servindo comida caseira de qualidade e saborosa. São 40 funcionários no final de semana. A casa tem 400 lugares. A rotatividade diária de fregueses é grande. Abre de segunda a segunda e o preço é sempre o mesmo: R$29,50.
O local é repleto de memorabilia. Parte dos objetos – cerca de 10% deles – vieram da família do proprietário. O restante veio dos próprios clientes. “Amigos!”, corrige seu Dodô. Tá certo. Ele tem razão. Esses amigos trazem partes da suas casas e das casas das suas famílias para decorar o restaurante.
O Restaurante Dodô só fecha na noite de Natal e de Ano Novo. Funciona manhã, tarde e noite. O dono define, certeiro: “Eu trabalho com turismo. E turismo se faz recebendo o cliente todo o dia, qualquer hora.”
Quer encontrar o Seu Dodô? É esse da foto, sempre no que ele chama de “coração do restaurante” – o fogão a lenha que mantém o café e a água do chá quentihos. Porque depois de comer tanto (e acredite, você comerá mais do que pode, prometerá nunca mais fazer isso e à noite terá vontade de voltar lá) um café ou chá são essenciais. Ele mesmo serve os clientes. Tem uma paixão única pelo que faz. E o que faz é deixar a freguesia alimentada e satisfeita!
Olha o brilho dos bules e chaleiras:
Me apaixonei pelas canequinhas esmaltadas coloridas!
Já ia esquecendo: antes de ir embora, prove o “Fandangos caseiro”. A rapinha que sobra disso aqui:
… vira isso aqui (tudo é pensado com delicadeza, olha o pegador pra tirar a casquinha da polenta da panela de ferro):
Ah, não tem mais espaço nem para uma lasquinha de polenta? Pega um punhado e leva pra casa. Seu Dodô até incentiva: “Oferece pra mãe ou pro vô, vão lembrar do gosto da infância”.
*Importante: não aceita cartão de débito ou crédito! Só dinheiro.
Estrada da Borússia, 371 (depois de sair da BR 101, em vez de dobrar a esquerda para subir o morro, siga até o Frigorífico Borrússia. O restaurante fica em frente)
Osório – Rio Grande do Sul
Fone: (51) 9877-6206 / (51) 9877-6207
Aberto de segunda a segunda. Café da manhã a partir das 9h, almoço 11h30, lanche da tarde e à noite menu a la carte.
COMENTÁRIOS
Ao enviar seu comentário você automaticamente concede AUTORIZAÇÃO para utilizar, reproduzir e publicar sua imagem e comentário, incluindo o conteúdo das suas declarações e opiniões, através de qualquer meio ou formato, em veículos de comunicação integrantes do GRUPO RBS.