Bruce Springsteen é um artista que já lançou músicas aclamadas e colecionou inúmeros prêmios importantes durante a sua carreira, como vinte Grammys, quatro American Music Awards e um Oscar.

Em suas letras, deixa evidenciado seu patriotismo, e é uma espécie de porta-voz dos trabalhadores, muitas vezes mencionados em suas canções. O sucesso é tamanho, que o álbum Born to Run está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

Outro sucesso divisor de águas na carreira do artista foi o single que deu nome ao álbum “Born In The U.S.A.”, que teve grande destaque, embora mal interpretada na época. As letras das músicas são muito diretas, mas várias pessoas não entenderam a da faixa-título, que foi acusada de nacionalista e ufanista, apesar de conter críticas à posição do país na Guerra do Vietnã. Por isso, no Além da Letra de hoje, você confere o verdadeiro significado do grande sucesso de Bruce Springsteen, “Born In The U.S.A.”.

Bruce escreveu “Born In The U.S.A.” em 1982 como uma forma de protesto. A música fala sobre os problemas que os veteranos da Guerra do Vietnã encontravam quando retornavam a América. De acordo com a entrevista para o blog “Scream & Yell”, após 13 anos do fim da guerra do Vietnã, o artista escreveu e gravou a história dele como soldado: “Era um blues de soldado americano, em que os versos eram um relato do que aconteceu, e o refrão uma declaração da única coisa que jamais poderia lhe ser negada: o lugar do nascimento, o direito a todo o sangue, confusão, bênçãos e graça que vinham com ele. Ao darmos corpo e alma, ganhamos o direito de reclamar e moldar o pedaço de terra onde nascemos”.

De primeira, Bruce até chegou a chamar o single de “Vietnam”, mas ao ver o roteiro do filme “Light of Day” – no Brasil, “Luz da Fama” – do roteirista Paul Schrader, mudou de ideia. Já na primeira página do roteiro, havia as palavras “Born in the USA”, e não faltou muito para Bruce associar o título a canção, e assim nasceu um dos maiores sucessos da carreira do cantor.

“Born in The USA” se mantém como uma das minhas melhores e mais incompreendidas canções. A combinação dos seus versões blues “para baixo” com o refrão declarativo “para cima”, a exigência do direito de ter uma voz patriótica “crítica”, juntamente com o orgulho do lugar onde se nasce, parecia ser conflituosa demais (ou simplesmente incômoda!) para ouvidos despreocupados e menos perspicazes. É assim, meu amigo, que a bola do pop político pode rolar. Os discos são, muitas vezes, testes auditivos de Rorschach: ouvimos aquilo que queremos ouvir”, explicou Bruce Springsteen.

Alguns anos depois, para acabar com qualquer mal entendido e reforçar o sentido original da canção, Bruce passou a tocar “Born in the U.S.A.” apenas com o acompanhamento do violão (essa versão aparece no álbum Tracks).

Já que agora você entendeu o significado por trás da música, que tal relembra-la? Ouça agora “Born In The U.S.A.”.