A música brasileira foi marcada por grandes artistas desde os primórdios, e claro que Tim Maia contribuiu para lapidar essa história! Hoje, a grande voz da soul music nacional estaria completando 79 anos.

Com uma trajetória cheia de altos e baixos, já foi homenageado e citado em inúmeras músicas, filmes e biografias, onde mostrava um pouco da sua essência. E aqui no blog da 102 não podia ser diferente. No aniversário do cantor, preparamos uma breve biografia da vida de Tim Maia!

Primórdios

Batizado como Sebastião Rodrigues Maia, Tim Maia nasceu em 28 de setembro 1942, no Rio de Janeiro. Em família humilde, sua infância foi bastante pobre, tendo que trabalhar desde cedo como entregador de marmitas para ajudar nas despesas de casa, onde dividia com os outros 11 irmãos.

Seu talento se manifestou desde criança, quando aos 8 anos de idade, começou a cantar no coral da igreja. Já aos 12 anos, Tim Maia ganhou um violão de presente do pai. Desde aí, começou a fazer aulas para aprender a como tocar o instrumento, conhecimento que ele repassou a dois importantes nomes da música brasileira: Roberto e Erasmo Carlos.

Aos 14 anos, Tim montou seu primeiro grupo, os Tijucanos do Ritmo, que durou apenas um ano. Logo depois, engatou um novo projeto, os Sputniks, grupo no qual dividiu o palco com Roberto Carlos, que também não teve longa duração, visando sua carreira solo.

Passagem pelo Estados Unidos

Tim perdeu seu pai em 1959, mesmo ano em que foi para os Estados Unidos, onde permaneceu até 1963. Nesse período, a vida de Tim foi repleta de acontecimentos. De mochilão a vocalista do The Ideals, usou dessa experiência para desenvolver suas características como artista.

A passagem pelos EUA, permitiu que o cantor tivesse contato com os estilos musicais que moldariam sua carreira mais tarde, como a soul music e o funk. Contudo, para se manter lá, Tim se perdeu um pouco do caminho “do bem” e começou a praticar pequenos furtos como forma de sobrevivência, e acabou sendo preso por posse de maconha em Daytona Beach. Como consequência, foi deportado para o Brasil.

Volta para o Brasil

Quem esperava uma volta tranquila para a terra natal, não foi bem isso que teve. Longe do Brasil por 4 anos, as oportunidades no país haviam passado, ao mesmo tempo em que ele via os seus antigos companheiros e amigos alcançarem o estrelato.

Mas pra quem tem grande talento, nada podia impedir de brilhar. Tudo mudou depois que Tim gravou o seu primeiro disco que inclui faixas como Azul da Cor do Mar e Primavera. Com o lançamento desses sucessos, o nome de Tim Maia foi sendo reconhecido nacionalmente nos anos 70 e assim os novos sucessos como “Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)”, “Chocolate” e “Gostava Tanto de Você” ganharam o público.

O síndico do Brasil

Mesmo carregando o talento nas costas, não era segredo que Tim Maia levava em paralelo vários problemas pessoais e em sua carreira musical. Ainda muito explosivo, o artista tinha episódios de descontrole, onde cada apresentação que ele viesse a fazer em público, se tornava um suspense se iria cantar ou não aquela noite, ou se atrasaria ou se discutiria com os músicos no palco.

Vários desses episódios eram gerados principalmente pelo abuso de drogas e álcool, fato esse nunca admitido por Tim. Esse perfil um tanto descontrolado, controlar junto com as manias de perseguição, acarretaram um apelido particular: o de síndico.

Isso porque em uma ocasião, ele chegou a disparar tiros em direção a funcionários da companhia elétrica que estavam próximos ao prédio em que ele morava. Jorge Ben Jor viu no momento, a chance de brincar com o amigo, que popularizou o apelido na música “W/Brasil – Chama o Síndico”.

Cultura Racional

Como todo artista tem o seu período conturbado, também tem os dias de glória. Tim Maia imergiu na “Cultura Racional” após se interessar pelo livro Universo Em Desencanto e se aproximar de um guru espiritual chamado Manuel Jacinto. Referida como um tipo de seita na época, a Cultura Racional pregava uma elevação espiritual.

Concentrado em si mesmo, Tim Maia deixou as festas pra trás junto com as drogas. As referências desse momento na música do cantor, ficaram evidentes em Tim Maia Racional Volume 1 e 2. Mas esse período sóbrio não durou muito tempo. Após uma briga com Manuel Jacinto, ele voltou ao status de suas composições anteriores, renegando o momento racional.

Morte precoce

Com os hábitos prejudiciais a saúde, de tempos em tempos, Tim passava por tratamentos médicos para poder voltar aos palcos. No dia 8 de março de 1998, Tim passou mal durante a gravação de um show para a televisão e foi internado em Niterói.

Depois de alguns dias internado, se dava a triste notícia que Tim Maia havia falecido aos 55 aos por infecção generalizada, deixando um grande legado em mais de 30 álbuns lançados.

Devido ao seu grande talento, em 2007 o jornalista e seu amigo Nelson Motta lançou a biografia Vale Tudo — O Som e a Fúria de Tim Maia, que foi um sucesso editorial. Seguindo na mesma pegada, o trabalho inspirou o musical de 2011, interpretado por Tiago Abravanel, e o filme de 2014 que contou com Robson Nunes e Babu Santana vivendo a grande voz do soul nacional.

É inegável o grande sucesso que a voz de Tim Maia fez durante todos os anos e faz até hoje. Depois de uma breve história de vida do cantor, relembre o sucesso “Ela Partiu”.