Tina Turner, considerada a rainha do rock n’ roll, morreu aos 83 anos nesta quarta-feira (24). O falecimento foi confirmado pelo assessor da cantora. A causa da morte não foi divulgada, mas ela morreu “após uma longa doença” em sua casa na Suíça.

A artista de sucessos como “What’s Love Got to Do with It”, “The Best” e “We Don’t Need Another Hero” se lançou em carreira solo na década de 80.

Anna Mae Bullock nasceu em uma família pobre dos Estados Unidos. Aos 15 anos, foi abandonada pelos pais e cantou em boates para se sustentar.

Em uma das apresentações, ela conheceu Ike Turner com a banda The Kings of Rhythm. Anna Mae pediu para ser backing vocal e, em pouco tempo, tornou-se uma das vozes principais. Ike e ela decidiram formar uma dupla e, após se casarem, ela adotou o nome artístico Tina Turner. Ao lado do marido, Tina dominou o cenário da música soul nos anos 60 e 70.

No entanto, o casamento de Tina foi marcado por brigas e escândalos. Alcóolatra e dependente de drogas, Ike a agredia, humilhava e traía. Ela apareceu em público diversas vezes com o olho roxo ou com o lábio inchado. Depois de 18 anos, ela se cansou das agressões e decidiu abandonar o marido. Na justiça, propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de poder manter o sobrenome Turner.

Tina recomeçou do zero. Sem dinheiro, morou com uma amiga e abriu shows para outros grupos famosos, como os Bee Gees. Para voltar ao cenário musical, apostou no rock, influenciada pelos Rolling Stones e por David Bowie. Adotou também um novo estilo, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados.

Em 1984, lançou o álbum “Private Dancer”. O hit “Whats Love Gotta Do With It” se tornou um sucesso mundial e ajudou Tina a vender mais de dez milhões de cópias em todo o mundo. O título de “rainha do rock” surgiu aos seus 45 anos de idade. Ela exibia as belas pernas, cantava e dançava sem perder o fôlego, levando a multidão ao êxtase.

Em 1986, lançou a biografia “Eu, Tina: a história da minha vida”, que conta a trajetória profissional e pessoal com o ex-marido, além de revelar as constantes agressões. O livro virou filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne. Ike morreu em 2007, por conta de uma overdose de cocaína.

O álbum seguinte foi “Break Every Rule”, com o qual Tina fez a maior turnê de sua carreira. Foram 14 meses viajando. Um show dessa turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes: a cantora reuniu nada menos que 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O show foi transmitido ao vivo para todo o mundo.

No início dos anos 90, lançou a música “The Best”, que chegou a ser tema de alguns atletas. Um deles foi Ayrton Senna, que subiu no palco ao lado de Tina durante uma apresentação.

Em 2008, para marcar os 50 anos dos prêmios Grammy, a ícone do rock fez uma apresentação histórica. Além de cantar seus grandes sucessos, Tina fez um dueto com a Beyoncé. Assista a performance:

Aos 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e foi a mulher mais velha a estampar a capa da revista Vogue. A cantora vive há duas décadas com o marido, Erwin Bach, na Suíça. No ano passado, renunciou à cidadania americana e ganhou nacionalidade suíça.

Poucos artistas igualaram tantos números: oito Grammys e 100 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Lendária, o seu legado permanece, de geração em geração, arrepiando todos com a sua voz autêntica e o seu jeito único de encher um palco.

Leia também: DISCO PERDIDO DE RITA LEE PODE SER OUVIDO NO YOUTUBE.