Após a morte de Freddie Mercury em 1991, os integrantes do Queen resolveram dar uma pausa na banda. No entanto, a partir da década seguinte, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor voltaram a realizar shows e turnês junto de vocalistas convidados para as ocasiões.

Entre 2004 e 2009, Paul Rodgers ocupou o posto. A partir de 2011, a função ficou a cargo de Adam Lambert. Por ter se aposentado da música, o baixista John Deacon não participou das reuniões.

Em recente entrevista à Guitar World (via Planet Radio), cujo foco era o 50º aniversário do álbum de estreia homônimo do Queen, May foi perguntado sobre a possibilidade de Lambert gravar um disco com Taylor e ele. Surpreendentemente, o músico revelou que eles já tentaram criar um material juntos, mas a ideia não foi para a frente.

“Bem, estivemos no estúdio. Nós conversamos sobre ideias no meio de alguma das turnês. Mas nunca chegou ao ponto em que sentimos que isso seria o certo. Então, não fomos atrás disso até agora. É tudo o que posso dizer.”

Um dos empecilhos para o acontecimento é a possível recepção do público. Como explicou, os fãs sentiriam falta dos vocais de Freddie Mercury no projeto e provavelmente não o aceitariam bem.

“Sinto que há uma barreira. Eu acho que se as pessoas vissem o Queen dentro de uma gravadora, elas ainda iam querer que Freddie estivesse cantando. Poderia até ser Jesus Cristo no álbum, mas ainda iam querer Freddie e eu não culpo as pessoas por isso.”

Queen, Freddie Mercury e Adam Lambert

O artista continuou destacando que, para algumas pessoas, o Queen não deveria existir sem Freddie Mercury. Até hoje, o guitarrista recebe mensagens negativas nas redes sociais por ter continuado com o grupo.

“Há pessoas no Instagram que ficam irritadas comigo. Elas me dizem ‘Por que você ainda continua sem Freddie?’ e eu respondo ‘Não me fale o que eu tenho que fazer! Eu faço o que sinto que deveria estar fazendo’.”

May acredita que, depois de sua morte, o lendário vocalista gostaria de ter visto o Queen seguindo em frente, com novos membros — e, principalmente, espalhando a mensagem das músicas.

Kashmira Cooke, irmã de Freddie, também possui o mesmo pensamento.

“Há pessoas que acham que nem deveríamos subir ao palco sem Freddie. Mas acho que teria sido muito triste e também não é o que Freddie queria. Ele gostaria que continuássemos progredindo e com isso, mantendo esse legado vivo. Muitas vezes eu tenho essa conversa com a irmã de Freddie, Kash. Ela também recebe esse tipo de pergunta e entende completamente o que estamos fazendo. Ela diz: ‘Isso é o que Freddie teria desejado. Ele não gostaria que as suas músicas ou as músicas da banda virassem peças de museu. Ele gostaria que elas vivessem’. E é isso que estamos fazendo.”

Uma verdade é absoluta: Queen não é Queen sem Freddie Mercury. No entanto, isso não significa que a banda deveria deixar de existir. Qual a sua opinião sobre esse dilema?