Em 19 de janeiro de 1982, o Brasil perdeu uma das maiores vozes que já existiu no país e no mundo. Na parede da memória do povo brasileiro, a lembrança do falecimento de Elis Regina é o quadro que dói mais.

Para homenagear a cantora, que possui presença tão viva mesmo após mais de quatro décadas de sua morte, elencamos três curiosidades especiais sobre a artista. Confira!

AMIZADE COM RITA LEE

Rita Lee, que completou 75 anos no último dia 31, foi uma grande amiga e parceira musical de Elis. As duas se conheciam de bastidores de festivais desde os anos 60, mas a amizade nasceu quando Elis fez questão de ir visitar Rita na cadeia — ela fora presa em 1976, acusada de porte de maconha. Depois de liberada da prisão, Elis encomendou músicas à Rita, uma delas criada em alusão ao apelido de Elis, “Pimentinha”.

As estrelas cantaram juntas “Doce de Pimenta”, composta por Rita e Roberto de Carvalho, no especial de Elis gravado em 1979. Assista a dupla performando o hit:

MATERNIDADE

João Marcello Bôscoli, primogênito de Elis Regina, escreveu “Elis e Eu”, obra literária em homenagem à mãe. Foi Rita Lee quem escreveu o prefácio do livro.

O delicioso livro escrito por João Marcello, que chamava a mãe de sua ‘superwoman superstar’, demonstra o quanto Elis curtia o papel de progenitora. As lembranças do filho, que no livro conta tudo o que recorda sobre os 11 anos, 6 meses e 19 dias que conviveu com a mãe, revelam para quem a conheceu apenas pela TV, a imagem terna de uma mulher extremamente carinhosa e cuidadosa com suas crias.

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Em uma entrevista histórica, dada a Marília Gabriela em 1981, na qual ela aparece com Maria Rita pequenininha, Elis se mostra preocupada com desmatamentos e a falta de cuidado com o meio ambiente.

“O fato de você não se preocupar com o desmatamento e achar que isso é uma frescura de intelectual, frescura de classe média, isso tá facilitando para o ladrão, entende”, disse, enquanto a filha passeava pelo estúdio. Assista um trecho do bate-papo:

O LEGADO DE ELIS É IMORTAL

Aos 36 anos, Elis estava no seu auge intelectual e artístico. A cantora afirmava: “É muita loucura, e eu sou mais louca que a loucura que tá solta. Eu fiz o que eu pude, se desagradei alguém, lamento”.

Sobre a sua geração de artistas, que inclui Rita Lee, Caetano, Milton, Gal, Bethânia, ela disse: “Desculpa a falta de modéstia, mas a nossa geração é o seguinte; feijoada mesmo, fomos nós que fizemos. Hoje tá confuso. O cavaleiro do “após-calipse” tá solto. Já, já nasce outro de bigodinho, vocês vão ver, cuidado”, profetizou.

Em 18 anos de carreira, Elis vendeu mais de quatro milhões de discos. Até hoje, a sua voz ecoa na playlist dos brasileiros e nas maiores rádios do país. Sorte a nossa por termos, como conforto para a saudade, a música de Elis como patrimônio.