Em agosto deste ano, Mark Chapman, assassino de John Lennon, participou de uma audiência em apelado à liberdade condicional, o 12º em 40 anos, que também foi negado. Parte da transcrição da audiência foi divulgada na imprensa britânica no início de novembro.

MATOU EM BUSCA DA FAMA

Na audiência, Chapman voltou a afirmar que matou o ex-Beatle na intenção de buscar “a fama”.

“Eu sabia o que estava fazendo e sabia que era mal. Eu sabia que era errado, mas queria tanto a fama que estava disposto a dar tudo e tirar uma vida humana. Não vou culpar mais nada ou ninguém por ter chegado a isso”, declarou.

“Isso foi o mal em meu coração. Eu queria ser alguém e nada iria impedir isso”, continuou o assassino, que acrescentou que matar John Lennon era sua “grande resposta para tudo”.

“Eu não seria mais um ninguém”, continuou ele.

SOBRE O CRIME

Mark David Chapman assassinou o músico a tiros no dia 8 de dezembro de 1980. Naquele dia, Lennon retornava de uma gravação e estava entrando em seu prédio, o Edifício Dakota, em Nova York.

Horas antes, o ex-Beatle havia dado um autógrafo para Mark Chapman, na capa do álbum “Double Fantasy”. O momento, inclusive, foi registrado pelo fotógrafo Paul Gore, se tornando uma das últimas imagens de Lennon vivo. Chapman, que após os tiros continuou na cena do crime, foi preso e condenado à prisão perpétua.

Foto: Paul Gore – John Lennon autografando o álbum para Mark Chapman, em 1980, horas antes de ser morto

Em 2020, Chapman tentou apelar pela liberdade condicional pela 11ª vez, quando declarou compreender o ódio que as pessoas sentiam por ele.

“Eu machuquei muitas pessoas em todo o lugar e se alguém quer me odiar, tudo bem, eu entendo”, falou na época.

Naquela época, o jornal The Guardian informou que Yoko Ono, viúva de John Lennon, há anos enviava cartas ao conselho de liberdade condicional para que negassem as solicitações de Chapman, temendo a segurança de sua família.

Foto: Mark David Chapman em 2018

Em uma audiência em 2010, Chapman já havia falado sobre buscar a fama quando assassinou o músico. O criminoso afirmou que o escolheu por ser “mais acessível” do que outras celebridades, que eram mais “enclausuradas”.

“Senti que matando John Lennon eu me tornaria alguém e, ao invés disso, me tornei um assassino, e assassinos não são alguém”, disse ele.

“Se não fosse Lennon, teria sido outra pessoa”, afirmou na época.

A próxima audiência para um novo pedido de liberdade condicional está marcada para fevereiro de 2024.