Dia triste para a música brasileira! O cantor e compositor Bebeto Alves morreu na madrugada desta segunda-feira (7), aos 68 anos, completados no último dia 4. O artista gaúcho enfrentava um câncer de pulmão, agravado por uma embolia e veio a falecer no hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre, onde já estava internado. Conforme a esposa do músico, Simone Schlindwein, ele morreu às 00h45min.

A previsão é que a despedida aconteça somente depois da chegada de uma das filhas, que mora na Coreia. Por enquanto, o velório está marcado para acontecer a partir das 14h de quarta-feira (9) no Crematório Metropolitano de Porto Alegre.

“No ano passado, fui diagnosticado com uma doença grave e houve uma mudança muito grande de perspectiva. Desde então, sigo em tratamento, entre idas e vindas ao hospital. Mas estou o tempo todo em processo de criação. No hospital ou em qualquer lugar, nunca deixei de criar”, afirmou Bebeto em entrevista ao GZH.

Em agosto deste ano, enquanto ele retomava a agenda de shows, após o hiato da pandemia, o artista sofreu dois AVCs e foi internado na UTI da Santa Casa de Porto Alegre. Já em junho do ano passado, o artista teve uma trombose pulmonar que o manteve internado. Em 2013, Bebeto recebeu um transplante de fígado.

Com mais de 30 discos lançados, com músicas gravadas por Ana Carolina, Belchior, Ednardo, Kleiton e Kledir, Tânia Alves, entre outros, Bebeto Alves dedicou-se ao trabalho como artista visual nos últimos anos. Entre os destaques de sua carreira como músico, ele participou da coletânea Paralelo 30 (1978), formada apenas por artistas gaúchos.

O seu primeiro disco solo, “Bebeto Alves”, foi lançado em 1981. Um de seus maiores sucessos foi “Quando Eu Chegar”, lançada em compacto no ano de 1984.

Ouça o single:

Natural de Uruguaiana, Bebeto deixa a esposa e as três filhas — Kim Bins, Luna Lisboa Alves e a atriz Mel Lisboa —, frutos de relacionamentos anteriores, Desiré e João Pedro — filhos de Simone —, além de quatro netos.

UMA PERDA DO RIO GRANDE E DE TODO BRASIL

Em entrevista ao programa Madrugada Gaúcha, da Rádio Gaúcha, o cantor Luiz Marenco relembrou a importância de Bebeto para a música gaúcha.

“A gente perdeu uma voz do nosso Estado que ecoou por esse mundo. Eu sou um cantor regional, mas o Bebeto foi a voz do canto regional que ecoou no rock, na MPB, na música brasileira. Ele levou nossa música. Ele fez com que nós fossemos compreendidos por todo esse universo que ele circulava. Todos os cantores regionais devem muito a esse cantor. Porque ele tinha um respeito a sua identidade, a sua cultura”, declarou o artista.

Você fará falta, Bebeto! No entanto, o seu legado estará sempre vivo em nossos corações e, claro, nas playlists da 102.3 FM.