Não consigo escrever direito sobre Chico.
O problema não está na métrica ou no método de escrever. O problema está no conteúdo. Mais precisamente no volume de conteúdo.
O que o Chico fez não foi só música. Ele deu um tapa de mão fechada na cara de uma música engessada e pobre que se auto-alçava a representação de uma sociedade, toda uma sociedade. Chico foi um mestre não somente musical, mas ideológico.
Me complico pra escrever sobre Chico porque não tem jeito de exprimir com clareza o que aquele homem disse em apenas algumas linhas. Não consigo explicar o caldeirão cultural que ele propunha e a visão de uma MPB realmente plural e encravada aqui, na terra tupiniquim, sem ter que recorrer a pelo menos 3 ou 4 horas de audição de seu trabalho.
O que dá pra fazer é apresentar pra vocês um belíssimo trabalho que Du Peixe (amigo e colega de Nação Zumbi) e toda sua banda construíram ao lado da filha de Chico e ao lado do filho de Du.
Lula (apelido carinhoso) e Ramon eram amigos de infância. Quando Science faleceu, ambos perderam o contato. Mais tarde os amigos de infância voltariam a se encontrar, mas dessa vez algo mais que amizade aconteceu.
Aproveitando o ensejo, a Nação e a produtora Paranoid criaram esse belíssimo trabalho, que disserta sobre o sonho de uma jovem com seu namorado e todas suas lembranças do passado, incluindo as de seu pai. Dá uma olhada aí em Um Sonho, o mais novo trabalho da Nação Zumbi:
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