* Texto por Beto Xavier

“Sete mil vezes eu tornaria a viver assim
Sempre contigo transando sob as estrelas
Sempre cantando a música doce
Que o amor pedir pra eu cantar
Sete mil vidas, sete milhões e ainda um pouco mais
É o que eu desejo e o que deseja esta noite
Noite de calma e vento, momento
De preces e de carnavais
Noite de amor
Noite de fogo e de paz”

Sete mil vezes – Caetano Veloso

2012 é o ano de septuagenários ilustres da música brasileira. Quem primeiro embarcou nesse trem de luxo foi Jorge Ben, embora negasse a idade. Depois, Gilberto Gil. E hoje, Caetano Emanuel Viana Teles Veloso.

É o mais polêmico dos setentões e ao mesmo tempo, o dono da obra mais original, caudalosa e sagaz. Além de ser um criador em potencial, Caetano é um alquimista – talvez seja o termo mais próximo para defini-lo. Trabalha com todas as vertentes da música e consegue o dom de adaptá-las ao seu jeito absolutamente próprio. É erudito e popular, sintético e verborrágico, brasileiro e inglês; sambista, roqueiro, bossanovista e brega.

Tudo que compõe, escreve, fala, toca, produz e lança ganha repercussão. É um farol. O artista mais influente da música brasileira, segundo uma recente eleição feita por um jornal paulista entre outros artistas de diversas áreas.

Com os gaúchos, tem uma ligação surpreendentemente forte, de admiração. Afinal, um “Porto Alegre é melhor que um Porto Seguro”, disse em Menino Deus, música composta no começo dos anos 80, homenageando a capital gaúcha através de um de seus bairros mais tradicionais. Além disso, afirmou que a “a verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul”, numa frase que até agora ressoa nas rodas acadêmicas.

É não é exagero afirmar que foi o principal responsável pelo redescobrimento do nosso Lupicínio Rodrigues ao gravar, no começo dos anos 70, logo depois do exílio londrino, a clássica Felicidade.

Os próximos a chegarem aos setenta anos são Milton Nascimento e Paulinho da Viola. Com todos eles, Caetano fez parcerias, gravou e, principalmente reverenciou. É como um imã.

Veja Caetano cantando Menino Deus:

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