Você já foi ao Dona Zefinha?
Então vá, e com fome.
A casa de comida nordestina da Lima Silva, ali no Nova Olaria, não é para fracos ou amadores. Tem que ir com vontade de comer e sem culpa.
Desconfio muito desses restaurantes temáticos, que prometem determinada culinária típica e na hora da verdade passam bem longe da proposta. O Dona Zefinha não se inclui nesta categoria e oferece muito bem os principais pratos e petiscos da variadíssima gastronomia do Nordeste brasileiro, famosa pela fartura e pelo tempero. No cardápio, estão os delícias que ultrapassaram as divisas territoriais nordestinas, como acarajé, tapioca, achadinho (ou escondidinhos, para outros) vatapá e carne de sol. Há ainda uma mesa de caldos, para abrir os trabalhos, com destaque para o de aspargos com carne seca e o de camarão com creme de aipim. Os sanduíches, criações próprias, também chamam a atenção pelo tamanho, para nenhum porto-alegrense amante do “xis”, botar defeito.
O atendimento é outro item importante. A preocupação constante em atender bem e explicar o que se leva à mesa, uma característica dos garçons de bares e restaurantes nordestinos, estão presentes ali. Não é à toa que quando cheguei, por volta das nove e meia da noite, havia uma única mesa disponível. O bar tava lotado e em todas as mesas dava prá ver que as pessoas comiam com prazer.
Muitas delas escolheram o prato indicado para o Brasil Sabor 2012: o “Chico Science”, criado e batizado em alusão ao saudoso compositor e músico pernambucano, principal nome do mangue beat. Só naquela noite haviam saído “mais de vinte”, como me disse um dos garçons.
À mesa, em um réchaud fumegante, são apresentados aipim cozido ( em quantidade generosa); queijo coalho, cumbuquinhas de arroz com alho e pimenta biquinho e também feijão de corda, manteiga de garrafa, molho de pimenta da casa e um enorme pedaço de carne de sol. Dá prá dois, tranquilo, mas também serviria três, sem problemas.
Como sobremesa, pedi um pedaço do bolo e rolo, uma variação do tradicional rocambole, com recheio de goiabada.
No fim, uma constatação: é impossível sair do Dona Zefinha sem estar satisfeito
Por Humberto Xavier
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