A memória do vinho no Rio Grande do Sul vai muito além da bebida.

É a história do povo italiano, que chegou aqui, fez da Serra sua primeira morada e continuou se espalhando pelo Estado. Hoje o vinho gaúcho é cultura. Tem reconhecimento nacional e mundial, especialmente aquelas uvas que são bases para espumantes e para os brancos. Mas não é só essas que temos por aqui. Em cada recanto com terroir propício, ou seja, solo, características geográficas e expertise humano, novas uvas são cultivadas com resultados muitas vezes excepcionais. Temos cabernet franc, savignon, tannat, pinot noir. Plantamos na serra, na campanha, no planalto e nos Campos de Cima da Serra. E além de história, temos memória. E essa memória que Rinaldo Dal Pizzol, diretor da Dal Pizzol Vinhos Finos e do Instituto Dal Pizzol, resolveu contar em três livros.

IMG_3405

Junto com Sérgio Inglez de Sousa, os dois realizaram uma proeza: reuniram lembranças em volumes inéditos que contam desde a história do garrafão de vinho até a entrada do vinho produzido no Rio Grande do Sul nas grandes competições internacionais de qualidade da bebida.

IMG_3411

O garrafão conhecido como de cinco litros, por exemplo, tem na verdade 4 litros e 600 ml. Tudo isso porque em 1969 a indústria de vidros que produzia o garrafão em Bento Gonçalves errou a métrica e acabou ficando com 400 mil unidades com tamanho equivocado em estoque. Numa jogada de marketing da época, conseguiu recolocar no mercado e os cinco litros viraram, para sempre, 4,6 litros.

IMG_3408

O resgate da história do vinho no Rio Grande do Sul inicia em 1600, com os Jesuítas – os primeiros produtores de vinho do Estado. Passa pelo século XX, quando acontece a expansão inicial da vitivinicultura, as cooperativas e os sindicatos. Chega na transição do final dos anos 70 e finalmente destaca o movimento atual pela certificação dos vinhos brasileiros.

IMG_3426

O texto é leve e gostoso. Sugiro a leitura de um capítulo por vez, com tranquilidade, como quem saborei um bom vinho. Falando em bom vinho, perguntei a Rinaldo Dal Pizzol: “Qual o melhor vinho”? A resposta veio rápida: “Aquele que te faz feliz”.

Memórias do Vinho Gaúcho – Volumes 1, 2 e 3

Autores: Rinaldo Dal Pizzol e Sérgio Inglez de Sousa

AGE Editora, 752 páginas (total)

Onde encontrar:

Livraria Cameron (Bourbon Ipiranga, Bourbon Assis Brasil, Shopping Total)

Livraria Roma (Shopping Praia de Belas)

Livraria Cultura (Bourbon Country)

Livraria do Aeroporto