Chega aos cinemas nesta quinta-feira (1º) Homem com H, cinebiografia de Ney Matogrosso, dirigida e roteirizada por Esmir Filho. O filme retrata momentos marcantes da vida e da carreira do cantor, desde a infância até os dias atuais, sem esconder dores, amores e polêmicas.

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Hoje com 83 anos, Ney fez questão de acompanhar de perto a produção e pediu que tudo fosse baseado em fatos reais.

”A primeira coisa que eu comentei com o Esmir foi que dizem e escrevem muita loucura ao meu respeito. Tem muita mentira por aí. Nesse filme, não pode ter mentira, tudo que a gente colocar tem que ser verdadeiro. E eu fiquei satisfeito quando assisti, sem nenhum pudor de contar a minha vida com meu pai, minha família, meus amores.”

O ator Jesuíta Barbosa interpreta Ney em diferentes fases da vida. O filme mostra o relacionamento difícil com o pai militar, o sucesso com a banda Secos & Molhados, os conflitos com os colegas de grupo e o impacto da ditadura e da epidemia de AIDS.

Segundo o diretor, Ney não censurou nada e colaborou com o projeto. “O Ney não interferiu na biografia, mas acompanhou de perto. Ele não proibiu nada. Pelo contrário, ajudou dublando as músicas que Jesuíta cantava e contando como se sentia em cada momento da vida”, disse Esmir Filho.

O roteiro teve 17 versões — 12 delas lidas por Ney — até chegar ao resultado final. O filme também mostra cenas íntimas com os ex-companheiros Cazuza (interpretado por Bruno Montaleone) e Marco de Maria (Julio Reis).

Em uma das cenas mais emocionantes, Ney se viu retratado ao lado de Marco, que estava com AIDS, e contou que se sentiu desestabilizado:

“Sou duro na queda, mas me descontrolei duas vezes com esse filme. Quando vi a cena em que ‘eu’ chego para o Marco com o meu teste negativo, me tocou profundamente. Vivi aquilo. Me senti culpado na época, tinha certeza de que estava contaminado e não peguei”

A trilha sonora traz sucessos como “Rosa de Hiroshima”, “Sangue Latino”, “O Vira”, “Bandido Corazón”, “Postal de Amor” e “Homem com H”. Além disso, as performances no palco, a voz marcante, a maquiagem e os figurinos reforçam a identidade única de Ney na cinebiografia.

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