A morte de Ozzy Osbourne, anunciada na última terça-feira (22), encerra uma das trajetórias mais intensas e influentes da história do rock. Aos 76 anos, o “Príncipe das Trevas” deixa um legado que vai muito além do palco.

Nos últimos anos, Ozzy enfrentou batalhas difíceis após diagnósticos delicados e uma sequência de complicações médicas. Em 2020, ele revelou ter Parkinson, doença degenerativa que afetou diretamente sua mobilidade. Mas os desafios começaram antes. Confira.
Um tombo que mudou tudo
Em 2019, o cantor sofreu uma queda durante a madrugada em casa. “Fui ao banheiro e não acendi a luz. Achei que sabia onde estava a cama. Fui estúpido, mergulhei… e não havia cama lá. Caí de cara no chão. Senti meu pescoço estalar”, contou Ozzy em uma entrevista.
O acidente agravou antigas lesões na coluna, causadas por um acidente de quadriciclo em 2003. Ele precisou de uma cirurgia de emergência, com risco real de paralisia. “Foi a pior cirurgia que você pode imaginar. Deveria ter buscado uma segunda opinião”, disse o músico. A recuperação foi longa e envolveu o uso de andadores e cuidados 24h.
Internações e turnês canceladas
O tombo e a cirurgia comprometeram os planos de turnê. Em 2019, Ozzy foi hospitalizado com uma infecção respiratória que, segundo os médicos, poderia evoluir para pneumonia. Precisou adiar a turnê “No More Tours 2”.
Ele lamentou em comunicado: “Desde outubro, tudo em que toco vira m***. Primeiro a infecção no polegar, agora gripe e bronquite. Peço desculpas aos meus fãs, banda e equipe.”
O diagnóstico de Parkinson
O cantor havia recebido o diagnóstico de Parkinson em 2003, mas só revelou publicamente em 2020. A doença afetava principalmente sua coordenação motora e exigia tratamentos constantes. “Detesto decepcionar as pessoas. Ver minha esposa e filhos trabalhando e eu sem conseguir contribuir me deprime”, disse Ozzy em entrevista.
Dor crônica e depressão
As dores nas costas evoluíram para um quadro de dor neuropática. “Nunca tinha ouvido falar em dor nos nervos. Era uma agonia tão forte que cheguei a pensar: ‘Por favor, Deus, não me deixe acordar amanhã’”, contou. O sofrimento físico também impactou sua saúde mental. “Cheguei a um ponto onde nada mais parecia ter graça. Comecei a tomar antidepressivos.”
Nova cirurgia e dificuldades para andar
Em 2023, Ozzy passou por mais uma cirurgia na coluna, tentando recuperar mobilidade. “Meus pés parecem presos a tijolos. Sinto como se usasse botas de mergulho. Mas hoje subi e desci escadas. Talvez eu só precise me mexer mais”, refletiu, na época.
Em uma de suas últimas entrevistas, revelou que já não conseguia andar normalmente. “Estou vivo. Posso reclamar que não ando, mas fiz mais do que muita gente que não teve essa chance.”
“Quando a saúde vai embora, nada mais importa”
Mesmo com limitações, Ozzy manteve sua essência humilde. Ao ser perguntado por um fã sobre o que gostaria de ter de volta, respondeu sem rodeios: “A saúde. Quando você perde a saúde, nada mais importa.”
A partida do Madman comove fãs ao redor do mundo. Uma das maiores vozes do heavy metal.
COMENTÁRIOS
Ao enviar seu comentário você automaticamente concede AUTORIZAÇÃO para utilizar, reproduzir e publicar sua imagem e comentário, incluindo o conteúdo das suas declarações e opiniões, através de qualquer meio ou formato, em veículos de comunicação integrantes do GRUPO RBS.