Já que eles estão de volta, e até retornarão ao Brasil após 16 anos, o Além da Letra não poderia ser diferente. Hoje, vamos descobrir a história por trás de Don’t Look Back in Anger, single lendário do Oasis.

Se tem uma música que marcou a carreira do grupo e embalou uma geração inteira, com certeza é Don’t Look Back in Anger. Lançada em 1996, a faixa se tornou um verdadeiro hino dos anos 90 e, até hoje, continua tocando nos corações dos fãs. Mas, você já se perguntou qual é o real significado por trás dessa canção dos irmãos Gallagher?

O lançamento de um clássico e o lugar de maior do Britpop

A música, que faz parte do álbum (What’s the Story) Morning Glory?, foi lançada em 19 de fevereiro de 1996 e rapidamente se consolidou como um dos maiores sucessos do Oasis.

Chegando ao topo das paradas do Reino Unido, Don’t Look Back in Anger firmou o lugar da banda como uma das maiores no cenário do Britpop dos anos 90.

O single é um convite para refletir

O tema da música é um grande convite: deixar o passado para trás sem rancor.

A letra fala sobre perdão, superação e libertação emocional. Ela reflete a importância de seguir em frente e não permitir que as mágoas passadas atrapalhem o presente.

Noel Gallagher brilhou em Don’t Look Back in Anger

Um detalhe interessante é que, ao contrário do usual, Noel Gallagher assume os vocais dessa música, em vez de seu irmão Liam. A escolha deu um toque único à faixa e mostrou o talento de Noel não apenas como compositor, mas também como cantor.

Noel sempre foi fã dos clássicos do rock britânico e, para compor Don’t Look Back in Anger, ele bebeu diretamente da fonte dos Beatles e de John Lennon.

A influência é clara na estrutura da música, com um mix de piano e guitarra que remete aos sons dos anos 60. Quem nunca sentiu uma certa nostalgia ao ouvir os primeiros acordes da música?

Além da Letra: o significado por trás dos versos

Logo de cara, a música nos provoca com uma pergunta introspectiva: Slip inside the eye of your mind (“Deslize para dentro da sua mente”). A letra sugere que, antes de querer mudanças externas, o primeiro passo é fazer uma análise interna.

A transformação começa dentro de nós mesmos, e é essa introspecção que nos permite enfrentar nossas frustrações e encontrar um “lugar melhor para estar”, como diz Don’t Look Back in Anger.

Slip inside the eye of your mind

Deslize os olhos para dentro da sua mente

Don’t you know you might find

Você não sabe que pode encontrar

A better place to play?

Um lugar melhor para estar?

O single também faz uma conexão sutil com o movimento pacifista dos anos 60, principalmente com a referência a John Lennon. Noel Gallagher faz um paralelo com o famoso protesto “Bed-In for Peace” de Lennon, quando ele usou sua cama como palco para pregar a paz:

So, I start a revolution from my bed

Então, começo uma revolução da minha cama

Aqui, o grupo nos lembra que a mudança não precisa ser grandiosa. A revolução pode começar em algo tão simples quanto mudar a forma como vemos nossas próprias dores e angústias.

A “revolução” dele, na verdade, é um lembrete para superar as mágoas internas e mudar a maneira como encaramos os desafios da vida.

Quem é a Sally citada na música?

O refrão de Don’t Look Back in Anger é um dos mais cantados da banda pelo público. Mas, ele sempre gerou uma dúvida: quem é Sally?

And so, Sally can wait

E então, Sally pode esperar

She knows it’s too late

Ela sabe que é tarde demais

Noel Gallagher esclareceu que Sally não é uma pessoa real. Na verdade, ele escolheu esse nome porque achou que soava bem na música.

Sally, na verdade, é uma metáfora para todas as pessoas que ainda estão presas ao passado, esperando algo que talvez nunca aconteça. Ela representa o desejo de mudança, mas também o medo de seguir em frente.

A importância de deixar o passado para trás

Ao longo da música, o grande recado de Don’t Look Back in Anger é claro: não se apegue ao passado, não carregue os ressentimentos e mágoas.

A canção pede para liberar o peso das frustrações, permitindo que a cura emocional aconteça. Afinal, só assim podemos realmente avançar.

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