O cenário musical perdeu uma de suas grandes lendas nesta segunda-feira (4) com a partida de Quincy Jones, um dos mais aclamados produtores da história. Conhecido por sua habilidade ímpar em criar sucessos, ele foi o responsável por algumas das mais icônicas músicas de Michael Jackson, incluindo os clássicos álbuns “Thriller” (1982) e “Bad” (1987), além do célebre single “We Are The World” (1985).

A colaboração entre Quincy e o Rei do Pop

A parceria de Quincy Jones e Michael Jackson começou no final dos anos 70, com o lançamento de “Off the Wall” (1979), que marcou a transição de Michael para sua fase adulta.

O álbum apresentou faixas que mesclavam soul, funk e disco, com destaque no hit “Don’t Stop ‘Till You Get Enough”. A assinatura de Quincy, que era a mais sofisticada da época, foi fundamental para o sucesso do cantor pop.

Thriller

O auge dessa colaboração ocorreu com “Thriller”, que se tornou o álbum mais vendido da história, acumulando mais de 120 milhões de cópias em todo o mundo.

Com sucessos como “Billie Jean” e “Beat It”, o disco rendeu à dupla uma série de prêmios Grammy, incluindo o título de “Produtor do Ano” em 1984.

Um ano após o brilho da noite dos Grammys, Quincy e Michael uniram forças novamente para o “We Are The World”.

Junto a Lionel Richie, eles criaram uma canção que clamava por paz e solidariedade, arrecadando mais de US$ 50 milhões para combater a fome na África.

O projeto contou com a participação de grandes nomes da música, como Billy Joel, Tina Turner, Bruce Springsteen e Stevie Wonder.

A era pós Michael de Quincy

Após “Bad”, a colaboração entre os dois se desfez, mas Quincy continuou sua trajetória.

Além do universo musical, sua carreira também brilhou nos cinemas. O produtor compôs a trilha sonora do filme Um Golpe à Italiana (2003), estrelado por Michael Caine.

Além disso, foi o responsável pela produção de A Cor Púrpura (1985), o clássico que contou com as atuações de Oprah Winfrey e Whoopi Goldberg. Ele ainda teve um papel fundamental na contratação de Steven Spielberg como diretor.

Na televisão, Quincy deixou sua marca como produtor da série Um Maluco no Pedaço, que alçou Will Smith à fama.

Com mais de 70 anos de carreira, Jones acumulou impressionantes 28 prêmios Grammy em 80 indicações, sendo reconhecido pela revista Time como um dos músicos de jazz mais influentes do século XX.

O produtor também lançou seus álbuns de estúdio solo

Entre seus lançamentos solo estão Quincy’s Home Again (1958), The Great Wide World of Quincy Jones (1959), Walking in Space (1969) e Back on the Block (1989).

Quincy Jones Listen Up Foundation

Nos últimos anos, ele havia se tornado um ativo defensor de causas sociais.

Com sua fundação, a Quincy Jones Listen Up Foundation, ele contribuiu para a construção de mais de 100 casas na África do Sul, em parceria com a fundação Nelson Mandela.

Em 2023, Quincy foi homenageado ao ser introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll, com uma emocionante cerimônia que contou com a presença da apresentadora Oprah Winfrey.

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