Madonna, mais conhecida como a rainha da música pop, fez um trabalho impecável ao longo de sua carreira, colecionando uma série de hits insuperáveis. Em uma entrevista recente, a cantora selecionou suas cinco músicas mais icônicas, classificando as fases mais marcantes de sua trajetória musical.

Aquilo que nem os fãs são capazes de fazer, Madonna mesmo fez. Durante uma matéria do HuffPost (via Far Out Magazine), a artista foi convidada a escolher suas cinco músicas mais icônicas. Embora o número seja pequeno em comparação com a quantidade de hits, ela formou o próprio ranking.

Confira as escolhas de Madonna, apresentadas em ordem aleatória:

1. “Like a Virgin”

Lançada em 1984 como faixa-título do segundo álbum de Madonna, ‘Like a Virgin’ se tornou rapidamente uma marca registrada para a artista. Composta por Tom Kelly e Billy Steinberg, a canção trata de um novo relacionamento e, embora inicialmente não tenha sido bem recebida pelo produtor Nile Rodgers, conquistou Madonna.

Em entrevista à Rolling Stone EUA em 2009, Madonna comentou sobre suas primeiras impressões a respeito de ‘Like a Virgin’ e ‘Material Girl’:

“Eu gostei de ambas, porque eles eram irônicas e provocativas ao mesmo tempo, mas também não eram como eu. Eu não sou uma pessoa materialista e certamente não era virgem e, a propósito, como você pode ser como uma virgem? Eu gostei do jogo de palavras, achei inteligente. Elas são tão específicas, tão legais. Nunca percebi que elas se tornariam minhas marcas registradas.”

A música também foi imortalizada por suas apresentações ao vivo, especialmente durante a turnê Blond Ambition, em 1990. Na ocasião, Madonna estreou seu visual com “cones” nos seios, um design do estilista Jean Paul Gaultier.

2. “Like a Prayer”

‘Like a Prayer’, lançada em 1989, é outra faixa que causou controvérsia na época de seu lançamento devido aos elementos religiosos presentes tanto na letra quanto no clipe. Madonna, que teve uma criação católica, falou sobre o impacto da música e do clipe:

“Uma vez que você é católico, você sempre será católico – em termos dos seus sentimentos de culpa e remorso e sobre se você pecou ou não. Às vezes estou destruída pela culpa quando não precisava estar e isso, para mim, foi o que sobrou da minha criação católica. Porque no catolicismo você nasce um pecador e você é um pecador por toda a sua vida. Não importa o quanto você tente fugir disso, o pecado está dentro de você o tempo todo.”

O clipe causou reações negativas de grupos religiosos e do Vaticano, levando ao cancelamento do patrocínio da Pepsi. Apesar da polêmica, Madonna recebeu US$ 5 milhões como compensação.

3. “Express Yourself”

Também do álbum Like a Prayer (1989), ‘Express Yourself’ é um hino ao empoderamento feminino e à expressão pessoal. A música foi a primeira parceria de composição com o produtor Stephen Bray.

Em entrevista sobre a letra, Madonna explicou:

“A coisa definitiva por trás dessa música é que se você não se expressar (‘Express Yourself’), se você não falar o que quer, então não vai conseguir. E como efeito você está preso por sua inabilidade de dizer o que sente ou ir atrás do que quer.”

O clipe, dirigido por David Fincher e com um custo de US$ 5 milhões, foi o mais caro da época e o primeiro a abordar a troca de papéis de gênero. Madonna também apoiou Lady Gaga em 2011 quando foi acusada de plagiar sua canção com ‘Born This Way’. A artista fez um mash-up ao vivo das duas músicas.

‘Express Yourself’ também selou a paz entre Madonna e a Pepsi, mas só em 2016. A música foi usada pela empresa em um comercial durante a final do Super Bowl daquele ano.

4. “Ray of Light”

‘Ray of Light’, faixa-título do álbum de 1998, marcou uma nova fase na carreira de Madonna. A música refletiu as mudanças em sua vida pessoal e artística — especialmente o nascimento de sua filha Lourdes. Com uma sonoridade eletrônica, a música foi inspirada por ‘Sepheryn’, da dupla britânica David Curtis e Curtiss Muldoon. Madonna comentou sobre a inspiração:

“É totalmente fora de controle. A versão original tem mais de 10 minutos. Era completamente indulgente, mas eu amei. Foi de cortar o coração ter que diminui-la para uma duração administrável.”

O clipe, que apresentava imagens de várias cidades ao redor do mundo, foi um sucesso e destacou a nova fase artística de Madonna. O momento foi marcado principalmente pelo interesse da artista por misticismo e Kabbalah.

5. “Vogue”

Lançada em 1990 como parte do álbum I’m Breathless, inspirado no filme Dick Tracy, ‘Vogue’ é outra canção emblemática de Madonna. A ideia surgiu a partir de um pedido de Warren Beatty, com quem Madonna trabalhou no filme. Ela contou sobre a criação da música:

“Eu a compus quando estava fazendo Dick Tracy. Depois que filmamos, Warren Beatty me pediu se eu poderia fazer uma música que se encaixaria no ponto de vista do meu personagem, que ela poderia ter criado. Ela era obcecada com bares discretos e estrelas do cinema e coisas assim. A ideia da letra veio através deste pedido.”

Embora ‘Vogue’ não tenha sido incluída no filme, o clipe, dirigido por David Fincher, destacou o estilo de dança “voguing”, um tipo de dança muito comum nos bares da comunidade gay daquela época. Logo, Madonna se interessou pelo estilo de dança, que também aparece no clipe, e lançou toda uma moda no início dos anos 90, ao lado do produtor e DJ Shep Pettibone, com quem ela assina a canção.

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