Neste 28 de junho, Dia do Orgulho, não poderíamos deixar de contar uma das histórias de amor mais intensas da música brasileira.
Cazuza e Ney Matogrosso se conheceram no ano de 1979. A voz de “Exagerado” tinha 17 anos de idade na época, enquanto Ney, já conhecido nacionalmente por conta da banda Secos e Molhados, era 22 anos mais velho. Naquele período, Cazuza ainda era conhecido apenas por ser filho de João Araújo, o fundador da gravadora Som Livre.
“No início não dei muita bola para ele, não”, disse Ney em entrevista à Época.
No bate-papo, o artista relembrou a sua história com Cazuza, que iniciou com um beijo.
“Ele foi na minha casa com uma amiga e a certa altura a gente foi fumar um baseado, tomamos um Mandrix, e lá pelas tantas ele me perguntou se eu daria um beijo nele. E dei. Não significava nada dar um beijo naquela época. Só que quando a gente deu esse beijo, o mundo se apagou ao redor, ficamos nós dois dentro daquilo. E não nos largamos mais”, recordou o cantor.
No relato de Ney, é possível sentir a intensidade do que foi o relacionamento dos dois. E é exatamente assim que o cantor define a relação com Cazuza: “durou pouco, mas foi muito intenso”. Foram apenas quatro meses de namoro, mas “o amor permaneceu e permanece até hoje”.
“Hoje seríamos amigos como fomos até o fim da vida dele. A morte não apaga essas coisas de dentro da gente”, afirmou.
O motivo do término foi o envolvimento do Cazuza com as drogas.
“A gota d’água foi que, após sumir por alguns dias, Cazuza reapareceu com outro cara, um traficante — e nós discutimos. Eu disse que não queria ele sujo, fedorento, acompanhado de um traficante em minha casa. Cazuza cuspiu em mim e eu bati na cara dele, o expulsei, e a história de amor acabou. Mas uma semana depois fizemos as pazes e estávamos entrando de mãos dadas num restaurante, como velhos amigos”, explicou.
CAZUZA E NEYMATOGROSSO: AMOR PARA ALÉM DA VIDA
No livro “Vira-lata de raça: Memórias”, lançado em 2018, Ney Matogrosso e Ramon Nunes Mello colecionam memórias para escrever a biografia do próprio Ney. A obra inclui um capítulo que trata especificamente de seu relacionamento com o Cazuza.
Durante o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, Ney declarou que Cazuza foi o seu verdadeiro amor.
“Depois do Cazuza, eu admiti que poderia me apaixonar por alguém e viver com aquela pessoa. Depois dele, tive um relacionamento de 13 anos. E ele morreu de ciúme. Ele queria me fazer pirraça depois”, revelou o cantor.
Por ainda existir amor entre ambos, eles se mantiveram próximos até o falecimento de Cazuza.
“Fiquei junto com ele até o fim da vida dele, eu ia lá para massagear os pés dele. E acho que a esses sentimentos a morte não dá fim”, concluiu o ícone da MPB.
Para matar a saudade, assista uma entrevista de Cazuza e Neymatogrosso no Aeroanta, em São Paulo, no show de lançamento da turnê “Ideologia” em 1988:
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