Entre a estreia dos Mutantes (1968) e seu último disco de estúdio, “Reza” (2012), Rita Lee gravou mais de 25 álbuns. Apesar de um repertório farto de grandes projetos e sucessos, há obras produzidas pela artista que nunca foram oficialmente lançadas.

Um exemplo é o mítico álbum das “Cilibrinas do Éden”. Gravado em 1973, ele deveria ter se tornado o primeiro LP de Rita depois de sua saída da banda. Apesar de já estar com a mixagem pronta, o LP acabou sendo engavetado pela Phillips.

As Cilibrinas eram Rita e a guitarrista Lúcia Turnbull. No começo, a proposta era fazer uma música acústica baseada no som dos violões. No entanto, a ideia foi abandonada depois da única apresentação das duas, dentro do festival Phono 73, em um show que Rita considerou “uma droga”.

A ex-Mutante viu que o caminho seria chamar mais músicos e cair de vez no rock’n’roll. Foi quando entraram em cena o guitarrista Luis Carlini, o baixista Lee Marcucci e o baterista Emilson Colantoni.

O DISCO PERDIDO DE RITA LEE

Foi essa formação que gravou o disco das Cilibrinas, que tinha dez músicas. Delas, uma se tornou um dos grandes clássicos da carreira de Rita, “Mamãe Natureza”, quando regravada para o próximo LP da cantora, o clássico “Atrás da Porta Tem Uma Cidade”.

Lee usaria ideias de composições presentes no LP não lançado em músicas futuras. Duas de suas faixas chegaram a aparecer na coletânea “O Melhor de Ritta Lee” (sim, com dois Ts mesmo).

O disco perdido começou a circular anos depois entre colecionadores, primeiro em K7, em seguida, já na era da internet, em mp3. No início do século 21, o trabalho quase ganhou uma versão oficial, mas sem acordo entre as partes, o relançamento acabou abortado.

Apesar disso, o material circula com certa liberdade pela rede. Inclusive, no YouTube, onde ele foi postado na íntegra há quase uma década. Ouça agora:

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