Quem diria que uma briga envolvendo purê de batatas se transformaria em umas das canções mais famosas do rock? A história de “The Wind Cries Mary”, do Jimi Hendrix, é bastante curiosa e envolve a vida íntima do cantor.
Presente no álbum de estreia “Are You Experienced”, lançado em 1967, “The Wind Cries Mary” foi composta pelo guitarrista a partir de um desentendimento com a sua namorada, a bendita Mary.
Mary tinha uma amiga que, na época, namorava o vocalista do Animals, Eric Burdon, e foi ela quem apresentou Jimi Hendrix para Mary.
O interesse foi mútuo e eles começaram a namorar, porém, o relacionamento foi bastante tumultuado e durou apenas três anos. No entanto, Mary parece ter marcado muito a vida do artista. Durante uma entrevista ao jornal Daily Mirror, em 1969, Hendrix confessou que Kathy Mary Etchingham foi como a sua Yoko Ono (fazendo referência à viúva de John Lennon).
Na época da declaração fofa, a relação dos dois já havia terminado, mas o músico não havia esquecido a amada. Tanto que ele chegou a revelar, ainda na entrevista, que Mary era sua ex, atual e certamente futura namorada.
Ao que tudo indica, foi o grande amor da vida de Jimi Hendrix e ao compor “The Wind Cries Mary”, ele eternizou para sempre esse sentimento.
SOBRE A MÚSICA
A história de “The Wind Cries Mary”, do Jimi Hendrix, começou com um purê de batatas que Mary não soube preparar direito. Aliás, parece que boa parte das brigas do casal se davam pelo fato de Mary não ter muito talento na cozinha.
Um certo dia, ela preparou um purê de batatas que ficou com algumas bolinhas. Jimi Hendrix fez algum comentário a respeito, demonstrando o seu desagrado. Mary não deixou barato e, em um ato furioso, jogou tudo no chão.
Após o conflito, ela teria deixado Hendrix sozinho e voltado para casa somente no dia seguinte. Triste, mas também tomado por uma inspiração, o guitarrista escreveu sobre o ocorrido, criando versos poéticos a partir da briga envolvendo o purê fracassado.
A canção é uma balada que mistura elementos da psicodelia e do blues-rock, com o toque de maestria da guitarra de Jimi Hendrix. Escute agora:
Um dos trechos mais expressivos é o segundo verso, que parece ilustrar a cena em que o guitarrista, após ficar sozinho em casa, precisa varrer a sujeira dos pratos que Mary derrubou no chão:
“A broom is drearily sweeping
Uma vassoura varre melancolicamente
Up the broken pieces of yesterday’s life
Os pedaços de vidas passadas
Somewhere a queen is weeping
Em algum lugar uma rainha está chorando
Somewhere a king has no wife
Em algum lugar um rei não tem esposa
And the wind cries Mary
E o vento grita Mary”.
A terceira estrofe de “The Wind Cries Mary” nos sugere que o guitarrista não conseguiu dormir naquela noite, após Mary ter saído de casa e o deixado sozinho. Com um tom melancólico, ele se dá conta da ausência da namorada, a cama vazia e se sente submerso:
“The traffic lights turn blue tomorrow
As luzes do tráfego se tornam azuis amanhã
And shine the emptyness down on my bed
e refletem seu vazio sob minha cama
The tiny island sags downstream
A minúscula ilha começa a afundar
Cause the life that lived is dead
Porque a vida que eles viveram está morta
And the wind screams Mary
E o vento grita Mary”.
UM SUCESSO DO ROCK
Após o lançamento, “The Wind Cries Mary” foi parar em 6º lugar nas paradas musicais do Reino Unido. Além disso, a revista Rolling Stone classificou a música na 379ª posição da lista das 500 melhores canções de todos os tempos.
Artistas como John Mayer, Richie Sambora, Jamie Cullum, Seal,Sting, entre outros, foram alguns que gravaram covers do single.
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