por fábio codevilla


a esta altura, você já deve ter lido de tudo um pouco na internê… gente reclamando do atraso, gente conspirando com o playback, gente em estado de graça e ainda quem recorreu ao global filter pra ignorar a #madonnaempoa.

por isso, gostaria de tecer um rápido comentário acerca da noite de ontem, e com uma brincadeira utilizando artigos.

acredito que já tem um tempo em que madonna deixou de ser o espetáculo, hoje ela é um espetáculo.

a percepção é bastante pessoal e um pouco evidente, já que o apelo cênico é um dos pontos altos do show.

mérito de um cara chamado michel laprise, canadense de quebec que vinha trabalhando para o cirque du soleil, recrutado para ser o diretor de show da tour mdna.

é bastante clara a referência à turma circense já no opening act, com monges e bailarinos contorcionistas em frente a uma catedral gótica.

impressiona instantaneamente a estrutura do palco.

seis enormes painéis de led, três deles em um formato quase triangular em cima do palco, e os outros dois nas laterais, sendo utilizados ora em formato retangular, ora em formato vertical, proporcionavam uma experiência em que a rainha do pop ficava praticamente em segundo plano, diante de uma primorosa edição de vídeo.

que não soe como sacrilégio, mas às vezes era mais legal assistir ao que acontecia no palco, do que tentar seguir madonna, que raramente ficava sozinha em plano.

os interlúdios, quatro ao total, e que serviam para as trocas completas de figurinos da cantora e da banda, eram alguns pontos altos.

o melhor deles foi nobody knows me, faixa extraída do american life de 2003, e que trazia imagens de jovens que perderam a vida depois de terem sido maltratados ou perseguidos, além de colagens de protestos políticos e econômicos mundo afora.

sobre o setlist, divulgado com antecedência pela produção do show, os picos foram com girl gone wild, hung up, express yourself, vogue e like a prayer… uma rápida busca no youtube e você poderá tirar as conclusões. dos clássicos, frustra a ausência de holiday, o gostinho de papa don’t preach (que não foi cantanda inteira) e o corte de like a virgin do setlist previsto.

talvez a justificativa recaia sobre a argumentada gripe que quase a derrubou.

jogando com a plateia, ela disse que se não fosse a energia das 43 mil pessoas que lá estavam, ela não teria forças pra encarar o palco naquela noite. fato que caracteriza uma qualidade inata de madonna, ela sabe o que faz no palco, puro mise-en-scène.

em tempo, porto alegre foi a única cidade da passagem pelo brasil com ingressos esgotados!